Associação quer apoiar zonas rurais de Sintra, Loures e Mafra com fundos comunitários

A Associação de Desenvolvimento Sustentável da Região Saloia (A2S), criada pelos municípios de Loures, Sintra e Mafra, anunciou hoje que vai apoiar, com recurso a fundos comunitários, projetos que contribuam para o desenvolvimento das zonas rurais daqueles concelhos.
 
A associação A2S, criada em janeiro, resulta de uma parceria dos três municípios da zona norte da Área Metropolitana de Lisboa, que desta forma terá acesso a fundos comunitários europeus, aos quais a região saloia se pôde candidatar pela primeira vez.
 
A apresentação pública desta associação foi feita hoje em Loures, numa sessão onde esteve presente o secretário de Estado da Administração Local, António Leitão Amaro.
 
Em declarações à agência Lusa, a coordenadora da associação A2S, Márcia Mendes, referiu que se pretende descobrir projetos que ajudem a “diversificar as economias locais, estimular a inovação social, criar postos de trabalho e melhorar a qualidade de vida das comunidades”.
 
“Trata-se de uma lógica de pequenos projetos. O valor máximo de projetos que vamos financiar é de 200 mil euros por projeto. Vamos estar à espera de criar postos de trabalho, diversificar as atividades turísticas, ajudar pessoas e valorizar o território”, apontou.
A A2S irá contar com 23 parceiros e incidirá em 19 freguesias rurais dos concelhos de Loures, Mafra e Sintra, que incluem aldeias e vilas saloias, zonas de costa, terrenos agrícolas e zonas verdes com potencial agrícola, agro-florestal e turístico.
 
Márcia Mendes explicou que, a partir de outubro, os interessados poderão remeter as suas propostas para a associação para que esta as avalie: “Iremos selecionar as candidaturas que vão ao encontro das nossas prioridades”, ressalvou.
 
Na sua intervenção, o secretário de Estado da Administração Local, António Leitão Amaro, elogiou o papel desta associação, sublinhando que a realidade rural da zona Metropolitana de Lisboa deve ser encarada como uma “oportunidade” e não como um fator negativo.
 
“Quando falamos em Área Metropolitana as pessoas pensam que só existe uma realidade urbana, mas não é assim. Há que valorizar este tipo de territórios (rurais), realçando as suas marcas e produtos distintivos”, defendeu.
 
Contudo, o governante ressalvou que a atribuição de fundos comunitários está sujeita a “regras muito exigentes” da União Europeia: “São exigências acrescidas que este novo quadro comunitário [Portugal 20/20] impõe”, lamentou.
 
Por seu turno, o presidente da Câmara de Loures, Bernardino Soares (CDU), que encerrou a apresentação, criticou as limitações de fundos comunitários alocados à Área Metropolitana de Lisboa.
 
“A região de Lisboa pode e deve ser o motor de desenvolvimento do país. Contudo, a região de Lisboa está a ser prejudicada no acesso a esses fundos, o que é um erro estratégico”, criticou o autarca.