Barreiro é 'boa solução' para terminal de contentores

O administrador principal das Redes Transeuropeias de Transportes, José Laranjeira Anselmo, afirmou hoje que o Barreiro é uma "boa solução" para receber o novo terminal de contentores, referindo que vão existir fundos comunitários para o projeto.
 
"O programa europeu tem 38 mil milhões [de euros] de fundos para serem aplicados no desenvolvimento da rede de transportes na Europa. A posição do Governo português parece ser clara e a posição da comissão é que o Porto de Lisboa é um dos eixos fundamentais do corredor atlântico e tem limitações de crescimento e expansão. O Barreiro poderia ser uma solução muito interessante", afirmou.
 
Uma delegação da União Europeia, que além de Laranjeira Anselmo incluiu também Carlo Secchi, coordenador europeu para o Corredor Atlântico, visitou hoje o território do Barreiro, zona em estudo para receber o novo terminal.
 
"O Barreiro é uma zona que tem espaço para crescer, é industrializada e [a existência do terminal de contentores] podia ajudar também a resolver o problema dos resíduos existentes, tendo boas ligações rodoviárias e ferroviárias. Se Portugal apresentar esta solução, vamos encarar de forma muito positiva", assegurou.
 
Laranjeira Anselmo disse ainda que tudo se conjuga para ser um projeto com interesse, lembrando o interesse de várias entidades privadas no projeto.
 
"Existem fundos europeus que podem ajudar numa planificação global e de planeamento, mas para fazer investimento vão ser as entidades privadas. Não vamos ter dinheiro para a parte privada, vamos ter dinheiro para a parte pública", concluiu.
 
Também presente esteve Carlos Humberto, presidente da Câmara do Barreiro, que afirmou que o desejo da autarquia é que o projeto seja mais que um terminal.
 
"Queremos mais que um terminal. Queremos que seja um polo de desenvolvimento e criação de emprego, que ajude a potenciar o território da Baía do Tejo, o Arco Ribeirinho Sul e toda a região. Queremos um porto-cidade, que viva integrado e não fechado sobre si próprio", frisou.
 
O autarca referiu que o novo terminal pode ajudar a revitalizar todo o território da Baía do Tejo, criando postos de trabalho.
 
"Temos informação que várias empresas se estão posicionar para vir para o território. Este território já teve mais de 11 mil postos de trabalho diretos nos tempos da CUF [Companhia União Fabril], hoje tem cerca de três mil. Existe uma margem de crescimento imensa, apesar de não pensar que possa atingir estes números", defendeu.
 
Carlos Humberto afirmou ainda que as várias entidades consideram o projeto credível e referiu que existe concordância dos municípios da região sobre a opção Barreiro, com exceção de Setúbal.
 
"A presidente da Câmara de Setúbal tem defendido os interesses do seu concelho e, por isso, não pode estar de acordo com o terminal do Barreiro. Mas dos restantes municípios, não conheço nenhum que esteja em discordância. Almada, Seixal, Moita, Alcochete e Lisboa estão de acordo", disse.
 
O autarca anunciou ainda a visita de mais uma entidade privada interessada no projeto, neste caso o Banco da China ICBC, que vai estar no concelho na quarta-feira.