Câmara de Sintra liquidou dívida de 28ME do programa Polis no Cacém

O presidente da Câmara de Sintra, Basílio Horta (PS), revelou que a autarquia liquidou o empréstimo em dívida do programa de reabilitação urbana Cacém Polis, pagando os últimos "cerca de 28 milhões de euros”.
 
"Fizemos hoje a transferência e pagámos 28 milhões de euros, o que significa pouparmos de serviço da dívida e juros cerca de três milhões de euros por ano", disse Basílio Horta (PS), em declarações à agência Lusa.
 
Segundo estimou o presidente da Câmara, com a liquidação da dívida bancária relacionada com o Cacém Polis, "cada cidadão de Sintra [fica] a dever menos de 90 euros cada um de dívida global".
 
"Neste momento ficamos com uma dívida global muito pequena, de cerca de 35 milhões de euros", contabilizou Basílio Horta.
 
Em relação ao Cacém Polis, a autarquia já tinha amortizado cerca de dois milhões de euros e resolveu agora liquidar os restantes 28,6 milhões de euros ao sindicato bancário composto pelo BPI, BCP e Novo Banco.
 
"Herdámos o Cacém Polis com dez milhões de ativos e 30 milhões de passivo", salientou o autarca, eleito em 2013, explicando que, no âmbito do programa de reabilitação deixado incompleto, está prevista a hasta pública de um terreno para viabilizar a construção de um edifício de serviços, incluindo municipais.
 
O plano do Cacém Polis, lançado em 2001 pelo socialista José Sócrates quando era ministro do Ambiente, foi dado como concluído em 2011, apesar de não terem ido por diante todos os projetos programados.
 
Numa área de 45 hectares foram reabilitados espaços públicos na Baixa do Cacém, com a construção do parque linear da ribeira das Jardas, mas ainda existem diversos espaços para construção na área de intervenção do Polis.
 
O espaço da antiga fábrica têxtil da Melka, junto à ribeira e ao IC 19 (Lisboa-Sintra), continua à espera de um projeto que viabilize a sua requalificação, e a construção de um hospital privado na zona também não se concretizou.
 
A nova estação ferroviária do Cacém foi, entretanto, concluída pela Refer (atual Infraestruturas de Portugal) e a substituição de uma passagem de nível por uma passagem inferior ao caminho-de-ferro para Agualva só ficou pronta após a obra ter sido assumida pela Câmara de Sintra.
 
A autarquia liderada por Fernando Seara (PSD) assumiu, em 2009, apesar das críticas dos então vereadores socialistas, o ativo de 110 milhões de euros e o passivo de 84 milhões (incluindo dívidas de 33 milhões a terceiros) da sociedade criada para gerir o programa, detida em 60 por cento pelo Estado e 40 por cento pelo município.