Candidatura do PS a Sintra recusa apoios financeiros de privados

O candidato do PS à presidência da Câmara de Sintra, Basílio Horta, afirmou hoje que a sua candidatura não vai aceitar apoios financeiros de privados, adiantando que vai fazer uma "campanha comedida".
"Não quero que ninguém dê contributos [financeiros] à minha campanha. Vamos ter uma campanha comedida, por dois motivos: primeiro, porque não me sentia bem em estar a gastar centenas de milhares de euros num concelho onde tanta gente passa fome, segundo, por uma questão de independência", disse.
Basílio Horta adiantou que "ninguém dá dinheiro sem receber contrapartidas" e que, por essa razão, a sua campanha às autárquicas de 29 de setembro vai limitar os gastos a dinheiros do Estado.
O também deputado socialista, cofundador do CDS-PP, participou hoje numa iniciativa de pré-campanha junto de moradores e comerciantes da cidade de Agualva-Cacém.
O candidato disse que nas várias iniciativas que já desenvolveu no concelho tem encontrado "muita pobreza, desemprego, desilusão e falta de esperança", motivados também pela descrença nos políticos.
"As pessoas estão zangadas com a classe politica. É isso que eu noto. As pessoas olham para a política com desilusão, culpam os partidos políticos por aquilo que estão a sofrer. E julgo que os desenvolvimentos recentes [da política nacional] não ajudaram em nada. O regime democrático está a atravessar um momento menos feliz e não sei sinceramente como é que se recompõe", disse.
Basílio Horta considerou que o Partido Socialista "fez bem em sentar-se à mesa" com o PSD e o CDS-PP, cumprindo o apelo do Presidente da República, mas defende que "com este Governo não há" a salvação nacional pedida por Cavaco Silva.
"Temos a certeza de que com este Governo não há salvação nacional. Nem remodelado. Este Governo, com esta ministra das finanças e com a política que ela representa, não é possível", afirmou.
Basílio Horta lamentou que Sintra seja atualmente o terceiro município do pais com maior número de desempregados, cerca de 22 mil, e só atrás de Lisboa e Gaia, considerando que é necessário implementar, através da Câmara Municipal, políticas de criação de emprego.
O candidato socialista adiantou que irá apoiar e acompanhar os empresários do concelho e que irá tentar atrair novos investimentos, divulgando fora do município e do país as oportunidades que Sintra pode oferecer aos empresários.
"Faremos um ‘pack' que passa pela oferta de terreno, licenciado, com um pacote atrativo em termos de fiscalidade autárquica e, consequentemente, dar um acompanhamento aos empresários. Tem de haver uma divulgação externa do que é a oferta em Sintra, para que as pessoas em mercados do Médio Oriente ou América do Sul possam saber o que podemos oferecer", afirmou.
Além de Basílio Horta, são já conhecidas, em Sintra, as candidaturas de Marco Almeida (independente), Pedro Pinto (PSD/CDS-PP), Pedro Ventura (CDU), Luís Fazenda (BE), Nuno da Câmara Pereira (PND), Barbosa de Oliveira (independente) e Nuno Azevedo (PAN).