Carlos Lopes mostrou capacidade de Portugal se afirmar no mundo

O primeiro-ministro, António Costa, considerou que o campeão olímpico Carlos Lopes "foi quem deu a primeira grande alegria" a Portugal em termos desportivos, e permitiu mostrar a capacidade de os portugueses triunfarem e "se afirmarem no mundo".
 
O primeiro-ministro discursava perante o antigo atleta, durante a reabertura do pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa, 14 anos após ter encerrado por falta de condições de segurança.
 
Durante a cerimónia, António Costa salientou que o campeão olímpico "foi quem deu a primeira grande alegria da capacidade de Portugal e dos portugueses triunfarem e se afirmarem no mundo".
 
"Provavelmente, sem a força do seu nome, este pavilhão não estava agora devolvido à cidade e ao país", advogou.
 
Lembrando os feitos de Carlos Lopes, o primeiro-ministro apontou que, independentemente das medalhas de ouro que o antigo atleta alcançou durante a sua carreira, "a medalha de maior orgulho" é a medalha de prata que alcançou nos Jogos Olímpicos de Montreal, em 1976.
"Essa foi a primeira vez que nós vimos numa grande competição internacional subir a bandeira nacional ao mastro, e essa é uma alegria inesquecível para toda a minha geração", considerou.
 
A reinauguração acontece no dia em que se assinala o 70.º aniversário do ex-atleta e campeão olímpico Carlos Lopes, que correu pelo Sporting e venceu provas como o Campeonato do Mundo de Corta-mato (1976 e 1984), a Corrida de São Silvestre de São Paulo, Brasil (1982 e 1984) e a maratona de Roterdão, Holanda (1985).
 
Ali estará, inclusive, patente uma exposição permanente sobre Carlos Lopes, composta por 300 peças por si cedidas, como troféus, medalhas e roupa desportiva, e por elementos multimédia como vídeos (que serão projetados) e uma cronologia.
 
A reabertura do espaço contou com a presença do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, do presidente adjunto da Associação Turismo de Lisboa (ATL), Jorge Ponce Leão, da presidente da Assembleia Municipal e deputada, Helena Roseta, dos vereadores do executivo, presidentes de Juntas de Freguesia, e ainda figuras do desporto nacional.
 
Tomando a palavra, o presidente da Câmara considerou que este "é indiscutivelmente um dia especial" para Lisboa, pois o pavilhão é uma "marca profunda no imaginário da cidade".
 
"Este pavilhão está reconstruído para servir o futuro da cidade", acrescentou o autarca.
 
Por seu turno, Carlos Lopes, que recebeu a chave do espaço das mãos de António Costa e Fernando Medina, observou que "é uma enorme satisfação ver esta cara lavada ao fim de 70 anos".
 
Criado na década de 1920, o pavilhão fechou em 2003 e esteve vários anos ao abandono.
 
Os trabalhos de requalificação, que incluíram a preservação de alguns traços históricos (como azulejos e elementos decorativos), a modernização da sala principal, a criação de infraestruturas de apoio, o arranjo da envolvente e a criação de novos acessos custaram oito milhões de euros e duraram cerca de um ano.
 
À semelhança do que aconteceu no passado, o espaço será usado para iniciativas culturais, comerciais, desportivas e outras.