Marinha aconselha pescadores a evitarem ir ao mar devido ao mau tempo

A Marinha Portuguesa e a Autoridade Marítima Nacional pediu hoje à comunidade piscatória e de recreio que evite ir para o mar nos próximos dias e a toda a população que evite passeios na orla marítima.
 
"Esta semana e mais um bocado do início da próxima semana teremos condições adversas" disse hoje o comandante naval vice-almirante Gouveia e Melo numa conferência de imprensa.
 
O encontro com os jornalistas decorreu no Centro de Coordenação de Busca e Salvamento Marítimo de Lisboa, localizado na Base Naval, no Alfeite, com o objetivo de dar um ponto da situação atualizado sobre o dispositivo de resposta da Marinha face à tempestade que atingirá Portugal.
 
A partir quarta-feira é esperada forte agitação marítima no arquipélago dos Açores, do quadrante de oeste-noroeste passando a noroeste com altura significativa que, segundo a Marinha pode chegar aos 8 metros no final da manhã, nas ilhas do grupo ocidental.
 
No final do dia de quarta-feira a altura significativa das ondas poderá atingir os 10 a 12 metros, em particular na área mais a norte das ilhas do triângulo.
 
Para o continente, o mau tempo no mar terá especial incidência na quinta-feira, um agravamento considerado de "risco".
 
De acordo com a Marinha, a forte ondulação fecha hoje à navegação três barras do continente e condiciona outras cinco ao tamanho das embarcações.
 
As barras de Caminha, Vila Praia de Âncora e Esposende estão hoje fechadas a toda a navegação, enquanto as barras da Póvoa do Varzim, Vila do Conde, Aveiro, Figueira da Foz e São Martinho do Porto estão condicionadas ao tamanho das embarcações.
 
Estão ainda condicionadas as barras das Lajes do Pico e da Madalena do Pico, na ilha açoriana do Pico.
 
A Marinha Portuguesa, explicou o comandante Gouveia e Melo, terá um reforço do dispositivo naval padrão com uma corveta a norte em Leixões, uma corveta a sul em Sines e outra na Madeira, além de mais dois navios na zona centro em prontidão de duas horas.
 
Junto à costa o reforço é feito pela Autoridade Marítima Nacional.
 
Segundo o diretor-geral da Autoridade Marítima Nacional, vice-almirante Luis Sousa Padrão, apesar de a situação ser considerada "anormal" existe capacidade de resposta.
 
No entanto adiantou, a redução dos acidentes parte dos comportamentos das pessoas pelo que Autoridade Marítima está numa ação de prevenção a contactar comunidades piscatórias para não arriscarem.
 
"Vamos colocar os nossos salva-vidas no mar junto às barras para ter resposta pronta para o caso de acidente. Contactámos as Câmaras Municipais para ser retirado material solto junto às praias e estamos a reforçar as patrulhas da polícia marítima para alertar as pessoas que fazem passeios junto à costa", frisou Luis Sousa Padrão.