Morreu João Justino, empresário e antigo presidente da Câmara de Sintra

O comendador João Francisco Justino, administrador da empresa Galucho e antigo presidente da Câmara de Sintra, morreu hoje aos 83 anos no Hospital da Luz, em Lisboa, confirmou fonte próxima da família.

"O concelho e o país perderam um grande empresário, a quem Sintra e a economia nacional muito devem", afirmou hoje à agência Lusa o presidente da autarquia sintrense, Basílio Horta (PS).

O autarca vai apresentar na terça-feira um voto de pesar pelo falecimento do empresário, que presidia "a uma empresa muito importante para Sintra e para o país" e expressou "pêsames pessoais e em nome da câmara aos familiares" de João Justino.

O empresário desenvolveu atividade na área imobiliária e da banca, com participações em instituições financeiras como o Banco Espírito Santo, o BCP ou o Banif.

A Mundincenter, proprietária de espaços comerciais como o Centro Comercial das Amoreiras e Oeiras Parque, e o Centro Comercial Fonte Nova, em Benfica, também faziam parte dos investimentos de João Justino.

Nos últimos anos, o empresário assumiu a presidência da Galucho, cuja fundação remonta a 1920, a partir de uma "oficina familiar em São João das Lampas, [que] cedo se especializou no fabrico de arados e charruas de tração animal, carroças e carros de bois", informa a página na internet da empresa.

A autarquia atribui, em 2012, a medalha mérito municipal, grau ouro, na classe empresas, à Galucho, pela relevante atividade, "designadamente pela dinamização da economia local, pela criação de postos de trabalho bem como pelo importante papel ao nível das exportações", salientou a proposta apresentada por Fernando Seara.

O empresário foi distinguido, em 1980, com a comenda de Mérito Agrícola e Industrial, pelo então Presidente da República Ramalho Eanes, e a Câmara de Sintra atribuiu-lhe, em 1985, a medalha mérito municipal, grau ouro.

Eleito presidente da Câmara de Sintra, numa coligação PSD/CDS-PP, João Justino foi afastado em 1992 do cargo por uma decisão do Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa, devido à prática de irregularidades processuais.