A arte de contar histórias também é terapêutica e chama-se 'contoterapia'

Terapeutas, psicólogos e investigadores encontram-se esta semana em Sintra para debater os benefícios terapêuticos dos contos e da narração de histórias para quem os diz e os ouve, num seminário internacional sobre "contoterapia".
 
O seminário, que decorrerá de terça a sexta-feira, em Sintra, "tem como objetivo destacar e aprofundar a 'contoterapia', sendo que este método está a ganhar cada vez maior reconhecimento mundial", afirma a organização.
 
Entre os convidados estão o norte-americano Ken Land, um dos especialistas que desenvolveu um modelo de terapia pela narração de histórias, e que estará em Sintra para falar da experiência do trabalho com pacientes e com terapeutas e para um 'workshop' sobre contoterapia a partir da narração de vários contos de fadas.
 
Destaque ainda para a presença de Shai Schwartz, terapeuta que trabalha em Londres no Centro Baobab, um organismo que fornece apoio terapêutico e psicológico - também no âmbito da contoterapia - a crianças e adolescentes exilados no Reino Unido, provenientes de cenários de conflito e violência.
 
"Os contos têm um poder muito terapêutico, podem mudar o estado de humor, a disposição, desenvolvem a imaginação, aprofundam o conhecimento do nosso quotidiano e ajudam a controlar e a enfrentar as emoções", explica a organização.
 
O seminário é organizado pela empresa Moonluza, com o apoio do Instituto de Estudos de Literatura e Tradição (IELT) e do Centro Nacional de Cultura.
 
Os contos de "As mil e uma noites", a história verídica da menina judia Anne Frank e as histórias de Hans Christian Andersen servirão de base para algumas das intervenções deste seminário, sobre o poder terapêutico da narrativa, ficcional ou real, para narradores, leitores e ouvintes.
 
Johs Norregaard Frandsen e Teiresias Jacob Boggild, do Hans Christian Andersen Center, Ana Paula Guimarães e Ana de Neves Rodrigues, do IELT, serão outros intervenientes neste encontro.