Cinquenta e quatro espetáculos, 27 dos quais de sala, integram a 32.ª edição do Festival de Almada, a decorrer naquele município e em Lisboa de 04 a 18 de julho, foi hoje anunciado.
Com um orçamento de 769.086 euros - 257.729 dos quais da Câmara de Almada, 175.168 da Secretaria de Estado da Cultura e 336.189 fruto de parcerias, apoios e receitas próprias -, esta edição do certame é, nas palavras do seu diretor, uma "edição rara", já que "não é muito comum concentrar num ano tantos e tão bons criadores teatrais".
Exposições, colóquios, debates e workshops integram ainda esta edição do festival, que assinala também as comemorações dos 10 anos da inauguração do Teatro Municipal Joaquim Benite.
Peter Stein - que este ano dirigirá a iniciativa "O sentido dos mestres " -, Christoph Marthaler, Katie Mitchell e Mathias Langhoff são alguns dos encenadores estrangeiros que marcam presença na edição deste ano do festival, que contará ainda com a presença do Berliner Ensemble, companhia de teatro fundada por Bertolt Brecht e sua mulher em 1949, disse o diretor do certame, Rodrigo Francisco.
A personalidade homenageada é o encenador Rogério de Carvalho, que tem mantido uma colaboração assídua com a Companhia de Teatro de Almada e que Rodrigo Francisco definiu como "um nómada fiel".
"King size", uma encenação do suíço Christoph Mathaler, é a peça que abre o certame, às 22:00 do dia 04, na Escola D. António da Costa (Almada). A peça musical é trazida pelos suíços do Théâytre Vidy-Lausanne.
"Sei de um lugar", pelos espanhóis das Producciones Prisamata, "Última transmissão", uma peça também representada e encenada por espanhóis, e "Iluminação" contam-se entre as peças vindas de Espanha a apresentar nesta edição do festival, que dedica especial atenção ao novíssimo teatro espanhol, com dramaturgias na maioria escritas nos últimos 15 anos, referiu ainda Rodrigo Francisco.
"Hotel da Bela Vista" (Itália), "Devoração (França), "O regresso a casa" , de Harold Pinter, encenado por Peter Stein (dia 11 e 12 no Teatro Nacional D. Maria II), "O ginjal", numa produção dos romenos do Teatro Nacional de Cluj-Napoca, "A menina Júlia", numa encenação de Katie Mitchell, que em 2016 encenará uma ópera na Gulnekian e que Rodrigo Francisco pretendia trazer ao festival há quatro anos, são outras das produções estrangeiras em cena no certame.
Entre as peças encenadas por portugueses conta-se "Hamlet", numa encenação de Luís Miguel Cintra, que terá como protagonista um jovem ator recém-formado, "Britânico", de Jean Racine, numa encenação de Nuno Cardoso, "Escrever, falar", uma encenação de Jorge Silva a partir de um texto de Jacinto Lucas Pires, e "Ypur best guess", encenada por Jorge Andrade.
Em Almada, o certame decorrerá na Escola D. António da Costa, teatro Municipal Joaquim Benite, Fórum Romeu Correia, Teatro-Estúdio António Assunção e Sociedade Incrível Almadense, enquanto em Lisboa as peças subirão aos palcos do Teatro Nacional D. Maria II, Centro Cultural de Belém - Grande e pequeno auditório -, Teatro da Trindade, que este ano regressa ao certame, Culturgest, Teatro da Politécnica e Teatro do Bairro.