A Associação Automóvel de Portugal (ACAP) anunciou hoje uma estimativa de crescimento para este ano de 6% das vendas de veículos automóveis e de 4% em 2017, subidas inferiores ao aumento de 24% registado em 2015 face ao ano anterior.
O presidente da ACAP, Jorge Rosa, explicou que as previsões foram feitas antes de a associação saber que o Orçamento do Estado para este ano prevê agravamentos no Imposto sobre os Produtos Petrolíferos (ISP) e que, por isso, o aumento de vendas estimado não acomoda ainda essa medida penalizadora ao setor automóvel.
As previsões da ACAP apontam para um crescimento das vendas de veículos ligeiros de passageiros para as 221 mil unidades este ano (mais 6%) e para as 230 mil unidades em 2017 (mais 4%).
"Embora desde 2012 haja uma recuperação das vendas, continuamos muito abaixo da média dos últimos 15 anos", defendeu Jorge Rosa, salientando que o setor da indústria automóvel continua a ser o primeiro setor exportador do país, representando 11% do total das exportações.
No ano passado, a produção nacional do setor automóvel diminuiu 3% face a 2014, para um total superior a 156 mil unidades, mas este decréscimo poderia ter sido maior se a produção de veículos pesados não tivesse subido 38,9%, compensando as descidas de 1,9% na produção de automóveis ligeiros de passageiros e de 9,1% dos comerciais ligeiros.
Apesar da queda da produção nacional, as vendas de veículos automóveis aumentaram 24% em 2015, face ao ano anterior, em resultado dos aumentos de 25% (para 178.503 unidades) das vendas de ligeiros de passageiros, de 17,9% (para 30.858) dos comerciais ligeiros e de 27% (para 4.293) dos veículos pesados.
Para 2016, a ACAP vai propor a criação de um grupo de trabalho do setor automóvel na Assembleia da República, vai continuar a desenvolver esforços para alterar a classificação das taxas de portagens e participar na criação do 'Cluster do Setor Automóvel', uma espécie de associação de fabricantes do setor.