Ajuda alimentar vai continuar a crescer

Implementado desde Março último, o Programa de Apoio Alimentar já chegou a 230 famílias, num universo de 350 pessoas, mas os números tendem a crescer de dia para dia. "Gostaria de não ter tantos processos a entrar", desabafa a vereadora responsável pelo pelouro da Acção Social, Paula Simões. "É muito preocupante o nível de fragilidade de algumas famílias do nosso concelho", reforça a autarca, em declarções ao JR.
Após uma experiência mal sucedida no âmbito do Programa Direito à Alimentação, que acabou por não se traduzir em acções concretas, a Câmara de Sintra deu as mãos ao Movimento Zero Desperdício que, por sua vez e entre outras parcerias, abriu as portas dos supermercados Pingo Doce. "Esses excedentes alimentares estão a ser distribuídos pelas nossas associações âncora e redistribuídos pelas famílias carenciadas", frisa Paula Simões, que destaca o envolvimento de várias instituições numa vasta rede social. Em breve, além dos excedentes alimentares, "que não são sobras", também o restaurante do Pingo Doce do Forum Sintra vai entrar nesta cadeia de ajuda alimentar.
"Por outro lado, houve entidades, como colégios, centros sociais e casas de saúde, que se quiseram aliar a este projecto, dando refeições. Nos seus próprios refeitórios, decidiram que doariam à Câmara de Sintra, para este programa, dez refeições diárias, por exemplo", salienta a vereadora.
"Lamentavelmente, demos resposta a toda a gente e temos capacidade para dar mais", frisa Paula Simões, que explica que qualquer agregado familiar, residente no concelho e que viva numa situação de extrema debilidade económica, pode apresentar a sua candidatura ao Programa de Apoio Alimentar. Para o efeito, devem preencher o respectivo requerimento nos serviços municipais, gabinetes de Apoio ao Munícipe ou Departamento de Acção Social, Saúde e Habitação, nas juntas de freguesia ou em instituições de cariz social. "A informação é cruzada com as juntas de freguesia e com as redes sociais para não haver duplicação", acrescenta.
Em comunicado, o município salienta que "o Programa de Apoio Alimentar não será, seguramente, a resposta para a situação fragilizada em que vivem muitas famílias, mas já está, objectivamente, a fazer a diferença na vida de centenas de pessoas. Com um simples gesto: a doação de refeições ou de um cabaz de alimentos". A vereadora Paula Simões resume a importância do programa a uma simples frase: "Quem tem fome, precisa de ser alimentado!".