Alive regista mais de 165 mil entradas em três dias de festival

Os Depeche Mode foram os responsáveis pela enchente de sábado no festival NOS Alive, no Passeio Marítimo de Algés, com uma atuação intensa e negra, marcada pelo novo álbum, “Spirit”.
 
Quatro anos depois de uma atuação no mesmo palco, Dave Gahan e Martin Gore desenharam um concerto focado em “Spirit”, cuja composição refletiu, segundo os músicos, as mudanças políticas nos Estados Unidos.
 
Em palco, mostraram desse novo álbum temas como “Going backwards” e “Where’s the revolution” e guardaram para o final “Enjoy the silence” e “Personal Jesus”, êxitos antigos.
 
Horas antes, durante a tarde e início de noite, quando atuaram nomes como Imagine Dragons, Kodaline, Spoon e Fleet Foxes, os portugueses The Black Mamba, Benjamim, Filipe Sambado e Duquesa, a organização fez um balanço desta 11.ª edição.
 
“O festival chegou ao país inteiro e, alguns concertos, ao mundo inteiro”, salientou o diretor da Everything is New, Álvaro Covões, numa conferência de imprensa, fazendo referência às emissões no canal 700 da operadora NOS, nos canais e no ‘site’ da RTP.
 
Para o responsável, esta foi uma edição “muito especial”, esgotada “três meses antes” de começar.
 
Em cada um dos três dias passaram pelo Passeio Marítimo de Algés, segundo a organização, 55 mil pessoas, às quais se juntaram cerca de cinco mil que diariamente garantiram o funcionamento do recinto.
 
Para a cobertura mediática do festival, a promotora atribuiu acreditações a 432 jornalistas portugueses e 118 estrangeiros, entre redatores, fotógrafos e operadores de câmara.
 
Segundo Álvaro Covões, um dos “momentos especiais” do festival aconteceu logo no primeiro dia, quinta-feira, durante o concerto dos britânicos The XX, “quando rebentaram as águas a uma grávida que estava no espaço dedicado a futuras mamãs”.
 
“Nasceu o Rodrigo, ontem [sexta-feira] às 22:00, que acaba por ser, simbolicamente o primeiro bebé Nos Alive”, referiu Álvaro Covões.
 
Aos jornalistas, o promotor destacou ainda os “dez anos de parceria com o Instituto Gulbenkian de Ciência” e “a recolha de copos por festivaleiros, na ordem de 37 mil no primeiro dia e de 46 mil no segundo dia”.
 
“Grandes momentos são sempre os grandes concertos e é muito difícil estar a enumerar”, referiu Álvaro Covões em declarações à Lusa, destacando “The XX, The Weeknd e Foo Fighters e tantos outros, como Warpaint, Carminho, Tiago Bettencourt”. “São tantos e tantos que é difícil destacar algum”, disse.
 
Em alguns momentos ao longo do festival eram visíveis filas para as casas de banho e houve pessoas a queixarem-se da maneira como é feita a saída do festival.
 
Quanto a estas críticas, Álvaro Covões disse que “nada na vida é perfeito”, garantindo que todos os anos a organização “tenta melhorar” as condições.
 
“A questão da saída, de quem vai para Algés ter que usar o viaduto da CRIL prende-se com condições de segurança, porque o acesso do túnel da estação de Algés é muito estreito para a quantidade de pessoas que estão no festival. Em conjunto com as autoridades, decidimos garantir a segurança”, afirmou, defendendo que “se isso significa andar mais 800 metros a pé, o que interessa é que cheguem todos seguros a casa”.
 
Em 2018 o festival regressa ao Passeio Marítimo de Algés, nos dias 12, 13 e 14 de julho.