Câmara de Almada apresenta orçamento de 117 milhões.
O executivo da Câmara de Almada parte para o último ano do actual mandato com um orçamento de 117 milhões de euros, dos quais 40 por cento estão reservados a investimento. Grande fatia desta verba destina-se à renovação e alargamento da rede de águas e saneamento, da responsabilidade dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento. “Apontamos para manter todos os projectos”, afirma a presidente da autarquia, Maria Emília de Sousa.
Na apresentação pública de um orçamento que na primeira votação foi chumbado pela oposição que exigia mais apoios sociais, o que obrigou a reajustes, a edil de Almada garante que a gestão de 2013 vai “continuar a poupar nos encargos de funcionamento” e “manter o reforço do apoio social”. Um esforço que será alargado ainda a várias áreas como educação, cultura e desporto.
A recuperação urbanística será outra das áreas em que a Câmara de Almada vai continuar a apostar, estando previsto que já no próximo mês o executivo e os deputados municipais dêem luz verde ao arranque da Área de Reconversão Urbana para a zona velha do Pragal, Monte Caparica e Cova da Piedade. Em 2012 o programa elegeu zonas nas freguesias de Almada e Trafaria, e em 2010 a zona histórica de Cacilhas.
O receio da presidente da Câmara de Almada é que o Governo recue nos apoios financeiros aprovados no âmbito do QREN para este programa de reabilitação urbana. Aliás, na apresentação do Orçamento municipal, a edil afirmou que o Estado, nos últimos dois anos, no global, diminuiu a transferência para autarquia em seis milhões de euros, mesmo assim “conseguimos vencer as dificuldades com uma gestão rigorosa”.
Uma crítica ao Governo que Maria Emília reforçou ao lembrar que “em Portugal há bons exemplos de que é possível uma gestão pública eficiente”. Mas no elenco governativo de Pedro Passos Coelho, ministros como “Vítor Gaspar apenas tem sido bom discípulo do FMI”, e “em 2013 esperam-se nuvens negras com um Orçamento de Estado que fere a Constituição”. Por isso, “o Governo devia olhar para os bons exemplos e assessorar-se dos melhores”.
Para a edil, Almada é um desses bons exemplos e argumenta que apesar da situação de crise, em 2012 “teve uma execução orçamental superior a 90 por cento (entre receita e despesa), e transita o ano com saldo positivo e sem qualquer dívida vencida a fornecedores e empreiteiros”.
Segundo a edil o ano de 2013 será ainda de reforço no apoio ao empreendedorismo, sector do turismo e requalificação de espaços públicos. Também as freguesias vão ver as transferências de verbas reforçadas em “100 mil euros para apoio social e 120 mil euros para o programa de requalificação urbana”.
Entretanto a presidente da Câmara de Almada garante que não vai esquecer o programa do Polis para a Costa da Caparica nem o projecto Arco Ribeirinho do Tejo para Cacilhas. “Temos esperança que o Governo não abandone estes projectos de importância local, regional e mesmo nacional”.