Alunos de escola de Oeiras em protesto contra falta de auxiliares

Mais de cem alunos da Escola Básica e Secundária Amélia Rey Colaço, em Linda-a-Velha, Oeiras, estão esta manhã a protestar contra a falta de auxiliares e a acumulação de lixo e alegada falta de condições do estabelecimento.
 
Beatriz Gonzaga, porta-voz dos alunos, disse à agência Lusa que a escola tem apenas três funcionários para atenderem às necessidades dos alunos, que vão do 5.º ao 12.º ano, e manutenção da higiene do espaço.
 
"Esta escola tem três pisos, um bar, um ginásio e este ano há apenas três funcionários e a escola está cheia de lixo, as cadeiras das salas de aula sujas, as casas de banho um nojo. É impossível estudar aqui nestas condições", afirmou a aluna do 11.º ano.
 
"De luto pela Educação" é a inscrição que muitos alunos têm hoje na cara, numa concentração em que todos vestem de preto.
 
"Esta foi uma forma simbólica de virmos reclamar os nossos direitos. Recusamo-nos a ter aulas enquanto não houver condições mínimas de higiene", acrescentou Beatriz.
 
Também Inês reclama da falta de condições que, disse, prejudicam o desempenho dos alunos nas aulas.
 
"Em Educação Física nós não queremos fazer os exercícios, porque o ginásio está nojento. Se nos sentamos no chão ficamos todos sujos. Além disso, muitas vezes são os próprios professores a limpar o lixo e a lavar as coisas. Isso é inadmissível", contou.
 
Com cartazes na mão a reclamar mais funcionários e "dignidade na Educação, lixo na escola não!", os alunos contam com o apoio de Maria das Dores Neves, uma das três auxiliares em funções.
 
"Estou solidária com os alunos, porque realmente é impossível para eles e para nós, que somos apenas três e temos de fazer o trabalho de dez funcionários, que eram os que estavam no ano passado. Estou sozinha a tomar conta do ginásio e reconheço que aquilo não tem condições", afirmou.
 
Também os pais estão a par da situação e dizem-se preocupados com a ausência de respostas.
 
"Os alunos deveriam convocar os professores todos e fazer este protesto a uma escala maior. A escola tem boas capacidades mas faltam funcionários e com tanta gente no desemprego é inaceitável que esta situação se prolongue", disse Paula Silva, mãe de um aluno do 7.º ano.
 
A manifestação dos alunos obrigou esta manhã à presença de alguns elementos da polícia sem, no entanto, se terem verificado distúrbios.
 
A agência Lusa tentou falar com a diretora da escola que, contudo, recusou prestar esclarecimentos.