Crise leva mais gente a pedir apoio à autarquia.
São cada vez mais os pedidos de ajuda à Câmara da Amadora (CMA) por parte de famílias que nunca, até então, precisaram de qualquer apoio social. Embora o número de atendimentos realizado pelo Departamento de Intervenção Social (DIS) da autarquia esteja ao nível do verificado no ano passado, nota-se agora que mais pessoas da classe média recorrem àquele serviço.
Foram 834 as famílias que até Setembro deste ano se dirigiram à Câmara para pedir ajuda, seja porque ficaram sem emprego, seja porque as rendas ou os preços dos bens de primeira necessidade aumentaram.
Em 2011, o número de atendimentos feitos pelos serviços rondou os 1400. “Notamos que não houve aumento, ainda faltam três meses para o ano finalizar e estamos dentro da média, mas houve uma alteração do tipo de público que nos procura. Costumavam procurar-nos famílias que já tinham algum tipo de apoio ou viviam em bairros sociais, mas neste momento tem havido um aumento muito significativo de famílias cujo perfil é diferente”, explica Ana Moreno, directora do DIS.
A responsável acrescenta que o custo de vida aumentou muito enquanto os ordenados, pelo contrário, baixaram, em paralelo com um aumento do desemprego. “Houve uma série de hábitos que foram alterados e tudo contribui para o crescimento da pobreza. Por exemplo, há situações em que no agregado familiar um fica sem emprego, aumentando as dificuldades de pagar uma renda de 400 euros”.
Os impostos são cada vez mais, os medicamentos aumentaram e há ainda uma actualização das rendas antigas, o que põe em risco uma franja da população mais fragilizada. “Temos uma grande preocupação com os idosos cujas reformas também estão a ser penalizadas e que não podem, como os mais jovens, fazer alguns biscates. Por isso, são mais vulneráveis a esta crise”, considera Ana Moreno.