A Câmara da Amadora vai comprar a propriedade da Fonte das Avencas, uma das principais manchas florestais do concelho, para a reabilitar como espaço de lazer para a população, anunciou a presidente da autarquia.
"A Fonte das Avencas é um pulmão verde da cidade muito importante e vamos recuperar o espaço com pequenas infra-estruturas de apoio para a população, como pistas para caminhadas", explicou à agência Lusa a presidente da Câmara da Amadora, Carla Tavares (PS).
A autarca viu aprovada por unanimidade, na sessão privada do executivo municipal que se realizou nesta quarta-feira, a sua proposta para que o município adquira a propriedade com 4,5 hectares em A-da-Beja, na freguesia da Mina, por 170 mil euros.
A proposta surge na sequência do processo de insolvência da empresa Fonte das Avencas, que correu no Tribunal da Comarca da Grande Lisboa-Noroeste, e que determinou a venda em hasta pública da propriedade situada na Estrada da Serra da Mira.
Segundo a descrição do imóvel, posto à venda pelo mínimo de 161.000 euros, a propriedade inclui um prédio urbano com área de 826,68 metros quadrados (m2), repartidos por dois edifícios para engarrafamento de água, armazém e escritórios. A área rustica de 44.840 m2 é composta por espaço florestal, onde predomina o pinhal, e por minas de água.
A autarca submeteu a proposta a uma comissão de avaliação, para verificar se o preço da aquisição se encontra "ajustado e adequado aos valores de mercado", que concluiu por um valor global das construções e da parte rústica na ordem dos 319.000 euros.
A proposta apresentada ao executivo justifica a aquisição por se tratar de "um espaço verde de grandes dimensões, contendo várias valências e equipamentos, que permitirá a prática de desporto ao ar livre, de actividades lúdicas, proporcionando à população um local aprazível de bem-estar, em harmonia com a natureza".
Carla Tavares salientou à Lusa a importância patrimonial da Fonte das Avencas para o município, quer em termos naturais, quer na preservação da memória industrial do espaço. A água da propriedade foi comercializada em pequenos copos de plástico vedados com uma película de protecção, semelhante às embalagens de iogurte.
Mais recentemente, com o abandono da propriedade, um edital da Câmara da Amadora alertou a população em Janeiro de 2012 para "a perigosidade do consumo de água contaminada". Na impossibilidade de contactar os proprietários, os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Oeiras e Amadora colocaram um aviso no local e alertaram a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo por a situação configurar "um grave problema de saúde pública".
A aquisição da Fonte das Avencas resolve este problema e responde aos apelos do blogue Ambientalistas da Amadora, que em Maio de 2006 defendia a preservação do bosque entre o Casal da Mira, Moinho do Guizo e A-da-Beja, preconizando a sua transformação "num parque municipal para usufruto da população".
Foto: Ambientalistas da Amadora