O primeiro-ministro prometeu hoje, em Oeiras, dar continuidade ao "desígnio" do mar que o Presidente da República tentou construir nos últimos dez anos, assegurando que o Governo irá passar "das palavras aos atos".
"Tudo faremos para ao longo desta legislatura darmos continuidade ao desígnio que nos rogou e que recebemos com muita gratidão", afirmou o primeiro-ministro, António Costa, numa declaração conjunta com o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, que esta manhã presidiu a uma reunião do Conselho de Ministros, exclusivamente dedicada ao mar.
Antes, Cavaco Silva, já tinha lembrado que o mar foi um tema constante da sua ação enquanto Presidente da República, reiterando que acredita "muito no grande potencial que o mar encerra para o desenvolvimento do país e para a criação de emprego".
"O tema do mar é um tema consensual no espectro político português", referiu, considerando que as medidas aprovadas esta manhã em Conselho de Ministros procuram dar "um passo em frente no sentido das medidas concretas necessárias para transformar as potencialidades do mar em oportunidades de negócio, criadoras de crescimento económico e de criação de emprego".
Pois, frisou, para transformar as potencialidades do mar em negócios rentáveis e criadores de emprego é necessário atrair investidores nacionais e estrangeiros, convence-los a investir na economia do mar.
Sentado ao lado do Presidente da República, o primeiro-ministro começou por explicar o convite dirigido ao chefe de Estado para presidir ao último Conselho de Ministro que se realiza no seu mandato, lembrando a tradição iniciada há 30 anos pelo então primeiro-ministro Cavaco Silva aquando do termo do mandato de Ramalho Eanes.
Quanto ao tema da reunião, continuou, não foi escolhido por "mero acaso", mas porque é uma questão que o Presidente da República permanentemente falou ao longo dos últimos dez anos e foi um tema que o Governo assumiu como uma prioridade política.
"É agora altura de fazer acontecer, é altura de transformar o desígnio em realidade e este foi o objetivo do Conselho de Ministros", vincou, apontando como vértices fundamentais da política do mar a garantia da soberania sobre o território marítimo, o aprofundar do conhecimento sobre o mar e a dinamização da economia do mar.
Desta forma, acrescentou, as palavras, a mensagem e o desígnio nacional que o Presidente da República procurou construir encontrarão continuidade.
"Esse no fundo é a função e o objetivo primeiro de qualquer responsável político, é não só concretizar, como fazer concretizar e deixar que o seu legado da mensagem e da ação política perdure para além da finitude dos mandatos que a democracia sempre impõe", concluiu o primeiro-ministro.
Este foi um dos últimos atos públicos de Cavaco Silva, que termina o seu mandato a 09 de março, com a posse do futuro chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa.