Aquário Vasco da Gama resiste ao tempo e à crise

Com mais de um século, o Aquário Vasco da Gama, em Oeiras, tem resistido ao tempo, à crise económica e à concorrência de outros espaços, ainda que os visitantes sejam hoje um terço do número registado há 20 anos. 

Inaugurado em 1898, impulsionado pelo rei D.Carlos, o Aquário Vasco da Gama, em Algés, é um dos mais antigos aquários do mundo e ali residem milhares de espécies marinhas.
Há quem tenha a ideia de que o espaço já não é o que era e que os corredores estão cada vez mais vazios, mas a direcção assegura que o aquário continua a manter o seu prestígio e a despertar o interesse das pessoas.
Segundo a responsável pelo Gabinete de Divulgação Cultural, o equipamento, apesar dos seus 114 anos, "está bem vivo, cheio de saúde e recomenda-se".
"O Aquário Vasco da Gama, apesar da sua antiguidade e crises que tem passado ao longo da sua existência, é uma instituição que tem bastante para oferecer a todos os visitantes a preços muito acessíveis", disse à Lusa Paula Leandro.
Ainda assim, o aparecimento do Oceanário de Lisboa, em 1998, e de outras ofertas culturais, bem como a crise económica, contribuíram para uma quebra de visitantes na última década.
"O Oceanário em si não constitui um factor, por si só, que tenha provocado uma diminuição de visitantes, mas coincidiu com o ‘boom’ de outros equipamentos. Claro que há 20 anos existia só o Aquário Vasco da Gama e o Jardim Zoológico em Portugal e hoje em dia há uma imensa oferta cultural, portanto é natural que as pessoas se dispersem e que tenhamos menos visitantes", sustentou a responsável.
Com cinco salas, cerca de 90 aquários e tanques, um vasto espólio oceanográfico do rei, mais de 300 espécies marinhas vivas e outros milhares em museu, o aquário regista uma média de 70 mil visitantes por ano, número que contrasta com o que era registado em 1992 (218 mil visitantes).
Para Paula Leandro, a grande mais-valia, além da riqueza na mostra da vida do oceano, são os preços praticados, com o valor da entrada a não ultrapassar os quatro euros.
Com apenas 35% das visitas a serem feitas por escolas, são os jovens estudantes o público que mais procura aquele espaço, que muitas vezes lhes serve para base de estudo e a elaboração de trabalhos.
Desde 1901 que o aquário pertence à Marinha Portuguesa, que disponibiliza uma verba do seu orçamento para a manutenção do equipamento, sendo a restante despesa de funcionamento coberta pelas receitas próprias que advêm da bilheteira.
O Aquário Vasco da Gama inclui uma parte de museu, com a colecção oceanográfica do rei D.Carlos, e o aquário, que tem uma mostra alargada de espécies de água doce e salgada.