Justin Timberlake fecha Rock in Rio, Arcade Fire juntaram 47.500 na Bela Vista

Entre confettis, homens espelhados e cabeçudos, os canadianos Arcade Fire fecharam o quarto dia do festival Rock in Rio Lisboa para cerca de 47.500 pessoas, segundo a organização.

Com metade da audiência registada na quinta-feira, dia dos Rolling Stones, os Arcade Fire justificaram serem cabeças-de-cartaz de sábado do festival, mesmo que o público nem sempre tenha respondido ao apelo festivo, mais rock e eletrónico do grupo.

Depois da entrada de um homem, com um fato espelhado, a deslizar no slide por cima da audiência, anunciando o início do concerto, os Arcade Fire focaram-se sobretudo no álbum mais recente, "Reflektor" (2013), com canções como "Flashbulb eyes", "Joan of Arc" e "Afterlife".

"Esta música é sobre a saudade", disse o vocalista Win Butler num português irrepreensível, para apresentar "The suburbs", tema que dá o mote ao álbum de 2010.

O espetáculo contou com alguma encenação, com Regine Chassagne a interpretar "It's never over" no meio do público, em dueto mais ou menos intimista com Win Butler, que estava no palco, e com a entrada dos Reflektors, o grupo de cabeçudos que representam os próprios Arcade Fire.

O clima de festa deu-se com canções mais antigas, como "Rebellion" e "Ready to start".

Já no final - sem direito a "encore" -, incluíram o tema novo "Here comes the night time", com uma chuva de confettis coloridos sobre a audiência, e fecharam com "Wake up", com os espectadores a gritarem em plenos pulmões.

Esta foi a quarta vez que os Arcade Fire tocaram em Portugal e a primeira no festival Rock in Rio Lisboa.

Antes, no Palco Mundo registaram-se duas estreias em Portugal: do músico britânico Ed Sheeran, de 23 anos, e da neozelandesa Lorde, de 17.

O primeiro, que acabou o concerto já no lusco-fusco, tocou apenas uma dezena de músicas pop rock alternativo, como "I see fire" e "Give me love", muito aplaudidas pelo público, e ainda uma versão de "Be my husband", de Nina Simone.

Ao longo da atuação percebeu-se que Ed Sheeran tem uma falange de apoio em Portugal, comprovada pelos gritos - maioritariamente femininos - no arranque de cada música.

Já Lorde, a cantora dos antípodas que no ano passado recebeu elogios da crítica internacional com o disco de estreia, "Pure Heroine", só espaçadamente conseguiu mobilizar a audiência, mas quando o fez - em canções como "Team" e "Tennis Court" - foi recompensada com gritos e aplausos.

A joia da coroa da cantora - o tema "Royals" - foi guardado para o final, já depois de Lorde ter agradecido várias vezes a receção calorosa.

"Este é talvez o maior público para quem já toquei. Os meus amigos que vão tocar a seguir [Arcade Fire] já me tinham avisado que são o melhor público de sempre e talvez tenham razão", disse.

Os concertos no Palco Mundo arrancaram pelas 19:00 com uma homenagem ao músico António Variações, que juntou em palco Gisela João, os Deolinda, os Linda Martini e os ex-Heróis do Mar Rui Pregal da Cunha e Paulo Pedro Gonçalves.

Rui Pregal da Cunha disse que "o António [Variações] tinha uma coisa incrível: só músicas que todos os portugueses conheciam". E grande parte das canções foram acompanhadas em coro pelos que assistiam ao concerto. Isto porque, como disse o vocalista dos Linda Martini, André Henriques, "num país onde parece que os discos não são cultura, discos de artistas como o António [Varaições] ficam para sempre". "Podem tirar-nos muita coisa, mas não nos tiram a nossa cultura", afirmou.

 

Justin Timberlake para fechar em beleza

A estreia do norte-americano Justin Timberlake em palcos portugueses marca hoje, Dia Mundial da Criança, o quinto e último dia da edição deste ano do Rock in Rio Lisboa, a decorrer no Parque da Bela Vista.

Justin Timberlake, de 32 anos, cantor, compositor, ator, empresário, uma das mais conhecidas figuras da cultura pop, atua em Lisboa à boleia de uma digressão pela Europa com "The 20/20 Experience", composto por dois álbuns editados em março e em setembro deste ano.

Timberlake atua às 23:45 no Palco Mundo, cujas atuações arrancam pelas 17:30 com a adolescente portuguesa Kika.

Para o mesmo palco estão marcados os concertos dos portugueses João Pedro Pais e Jorge Palma, em dueto, às 18:45, do rapper norte-americano Mac Miller, uma estreia em palcos nacionais, às 20:15, e da britânica Jessie J, que atuou em 2012 em Portugal e lançou em setembro do ano passado o segundo álbum, intitulado "Alive".

Hoje, pelo palco Vodafone passam os portugueses Vira Casaca (16:45) e Linda Martini (18:00), e os ingleses Bombay Bicycle Club (20:00), que editaram em fevereiro o seu mais recente trabalho, "So Long, See You Tomorrow".

No terceiro palco, Eletrónica, as atuações arrancam apenas pelas 22:00, com os Pena, e estendem-se até às 03:00 com os Underground Sound of Lisbon (dupla formada em 1993 pelos DJ Vibe e Rui da Silva). Pelo meio, será possível assistir-se às atuações de Switchst(d)ance & Twofold, Renato Ratier e John Digweed.

A música começa a animar o Parque da Bela Vista às 16:00, com o concerto dos Whiskey Piper, na Rock Street, onde a última atuação está agendada para as 22:00.

Pouco depois, pelas 16:20, começam as atuações na Street Dance, que se prolongam até às 21:30.

O festival Rock in Rio regressa ao Parque da Bela Vista em 2016.

Fotos: Agência Zero