Armador do Santa Maria dos Anjos naufragado em Sintra recebe 100.000 euros

O armador da embarcação Santa Maria dos Anjos, naufragada em janeiro deste ano com seis pescadores a bordo em Sintra, vai receber cerca de 100.000 euros da seguradora, disse hoje à agência Lusa a sua advogada.
 
"Conseguimos um entendimento em relação ao valor do seguro da embarcação, que estava por acertar", explicou Lara Cunha, acrescentando que o acordo entre as ambas as partes foi alcançado durante uma reunião na tarde de hoje, em Lisboa, o qual contempla o pagamento da Companhia de Seguros Lusitânia ao armador de "aproximadamente 100.000 euros".
 
A advogada sublinhou que este foi o único assunto abordado na reunião com a seguradora.
 
Sobre o pagamento do seguro às famílias dos cinco pescadores desaparecidos no naufrágio da embarcação, a advogada disse ter conhecimento de que, há cerca de duas semanas, "foi desbloqueada a questão jurídica" que estava a atrasar o pagamento das indemnizações.
 
Ainda no decorrer deste mês, segundo a advogada, os familiares das vítimas vão começar a receber "pensões provisórias" e, a curto prazo, os valores totais.
 
Contactada pela Agência Lusa, fonte da Companhia de Seguros Lusitânia confirmou que "as verbas de indemnização às famílias já começaram a ser pagas", embora reconhecendo que o "processo ainda não está totalmente encerrado, devido a questões jurídicas".
 
Recorde-se que, em outubro deste ano, os responsáveis da APROPESCA, Organização de Produtores de Pesca Artesanal, mostraram-se publicamente indignados com a "morosidade excessiva" no pagamento do seguro às famílias, apelando a que o apoio financeiro chegasse rapidamente aos familiares e ao armador, lembrando que o acidente já tinha acontecido há mais nove meses.
 
O Santa Maria dos Anjos, uma embarcação com seis pescadores residentes na Póvoa de Varzim e Vila do Conde a bordo, naufragou a 14 de janeiro deste ano, junto à Praia das Maçãs, em Sintra, tendo um dos pescadores conseguido salvar-se.
 
Os outros cinco tripulantes continuam desde então desaparecidos. A embarcação tinha saído de Peniche e dirigia-se para Cascais para a pesca do linguado.