A administração regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARS-LVT) admitiu hoje que há um "problema preocupante" com a capacidade de resposta para realizar colonoscopias na região, tanto no setor público como no privado.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da ARS-LVT, Cunha Ribeiro, disse pretender ter, dentro de duas ou três semanas, uma estratégia definida para responder à dificuldade de realização destes exames, que servem de diagnóstico ao cancro colorretal.
As soluções que vierem a ser encontradas devem passar, segundo o responsável, pela "maximização da capacidade instalada nos hospitais públicos" e pelo recurso a entidades sociais e privadas, uma vez que o setor público não conseguirá ser suficiente.
Sobre a dificuldade de realização de colonoscopias nos privados com convenção com o Estado, Cunha Ribeiro disse que o assunto também está a ser analisado, mas sem adiantar mais pormenores.
O presidente da ARS lembrou ainda que o número de especialistas na região para realizar as colonoscopias é "insuficiente para as necessidades", um problema que não será possível resolver a curto prazo.
Sobre o caso da doente que esperou dois anos para fazer uma colonoscopia, Cunha Ribeiro declarou que irá examinar o relatório que o hospital em causa, o Amadora-Sintra, vai realizar.
Segundo Vítor Neves, presidente da Associação de Luta Contra a Cancro do Intestino (Europacolon), a norma internacional determinam que, após um rastreio positivo à pesquisa de sangue oculto nas fezes, a colonoscopia deve ser feita de imediato.
O Diário de Notícias conta hoje que conta uma doente com cerca de 60 anos descobriu um cancro em estado grave depois de dois anos à espera de uma colonoscopia .
Segundo o jornal, a doente fez o rastreio ao cancro colorretal e a análise foi positiva, tendo sido de imediato encaminhada para o hospital Amadora-Sintra, mas sendo chamada para consulta apenas um ano depois.