Assembleia Municipal de Cascais aprova empréstimo superior a 17 milhões de euros

A Assembleia Municipal de Cascais aprovou hoje a contração de um empréstimo de 17,5 milhões de euros para cobrir dez por cento das despesas de investimento previstas no orçamento municipal deste ano.
 
A proposta, aprovada pela maioria PSD/CDS, com os votos contra da oposição, pretende autorização para investimentos em "obras essenciais" que estão por concluir, em escolas, no Centro de Reabilitação e Integração de Deficientes (CRID), Cooperativa para a Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados de Cascais (CERCICA), entre outros.
 
Para o deputado municipal do PS Manuel Gomes, "não é percetível" a necessidade de a autarquia necessitar de contrair um empréstimo "tão avultado" para obras que deveriam estar já concluídas.
 
O deputado socialista Vasco Graça reforçou que as obras previstas para o CRID e CERCICA, às quais estão destinados 4,5 milhões de euros de investimento através do empréstimo a ser contraído, já estavam prometidas desde 2011.
 
Também o deputado do movimento independente SerCascais, Azeredo Perdigão, considerou que se "deve evitar recorrer a empréstimos".
 
"As dívidas de hoje são os impostos de amanhã. Realizar obras, que são indiscutivelmente úteis, com dinheiro emprestado, não me merece nenhum elogio", sustentou.
 
Para a CDU, se as obras são "tão essenciais" já deveriam ter sido previstas atempadamente nas Grandes Opções do Plano para 2015-2018 e acusou a maioria PSD/CDS de "agendar as obras consoante o quadro eleitoral".
 
Também o Bloco de Esquerda questionou sobre as prioridades do executivo e sobre o valor apresentado, sublinhando que, "se calhar, a estimatva não é tao elevada e se calhar bastavam 10 milhões" de euros de empréstimo.
 
O presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, esclareceu que o empréstimo proposto está incluído numa série de investimentos, no valor de 40 milhões de euros, a serem realizados até ao final de 2017 e que disse serem "fortes e importantes" para o concelho.
 
Além disso, o autarca sublinhou que a capacidade de endividamento da autarquia supera os 100 milhões de euros, "mas que a lei diz que têm de ser repartidos por cinco anos".