Os deputados dos partidos representados na Assembleia Municipal de Oeiras lamentaram hoje os "excessos" registados na última reunião, na qual foi discutido e aprovado o Plano Diretor Municipal (PDM) local, marcada pela contestação dos munícipes.
O período antes das ordem do dia da assembleia municipal de Oeiras de hoje foi centrado, na sua maioria, na análise à última reunião, do dia 29 de junho, que contou com a presença de cerca de meia centena de munícipes que se exaltaram na sua contestação ao PDM, que viria a ser aprovado.
Deputados do PSD e CDU lamentaram o comportamento de alguns munícipes, bem como o movimento independente Isaltino Oeiras Mais À Frente (IOMAF) que considerou ter havido "situações deploráveis", em que "faltou bom senso e sensatez", e acusou ainda a líder de bancada do CDS-PP, Isabel Sande e Castro, de se ter "destacado pela negativa".
Às acusações, a deputada democrata-cristã esclareceu que "as pessoas confundem" a sua posição com a do público, "embora se assemelhe em muitos argumentos", e reconheceu alguma "emoção" nas suas intervenções da passada reunião.
Isabel Sande e Castro concordou com "alguns excessos", mas sublinhou que houve um "incumprimento legal por não ter havido discussão pública do PDM" e que o documento foi aprovado "tumultuosamente".
"Faço tensões de questionar o Ministério Público sobre se esta decisão valerá, nas circunstâncias em que o PDM foi aprovado", comunicou.
O deputado do PS Reis Marques lamentou ainda o "comportamento deplorável" do presidente da Câmara de Oeiras, Paulo Vistas, por ter "filmado" a última reunião.
"Ninguém veio explicar o comportamento do presidente que teve uma postura política que não é correta", afirmou.
Na reunião de assembleia municipal do passado dia 29 de junho, apupos e palavras de ordem marcaram a discussão do PDM, culminando com um "ataque" de indignação dirigido a Paulo Vistas que começou a registar a contestação do público pelo telemóvel.
O autarca esclareceu, posteriormente, que apenas fez o gesto de levantar o telemóvel como se estivesse a filmar, mas assegurou que nada registou.
O vice-presidente da Câmara de Oeiras, Carlos Morgado, associou-se à posição dos deputados municipais que lamentaram os "incidentes" da passada reunião.
"Não me revejo na forma como algumas pessoas aqui se comportaram. Há muitas pessoas a falar em relação aos comportamentos e forma de estar na política, mas depois esquecem-se que isso pode ter um reverso, pode aplicar-se a eles em determinadas alturas", afirmou.
Carlos Morgado considerou ainda que nada justifica "atitudes agressivas".
"Houve pessoas que ameaçaram os deputados com a morte dos seus filhos. Isto é inadmissível e não pode voltar a acontecer", frisou.
O PDM de Oeiras foi aprovado com os votos favoráveis do IOMAF e PSD, abstenção do PS e dos votos contra da CDU, BE, PAN e CDS-PP.