A Assembleia Municipal de Oeiras rejeitou a proposta apresentada pelo PS para realização de um referendo que permitisse aos munícipes decidir se o Sistema Automático de Transportes Urbanos (SATU) do concelho deve continuar em funcionamento.
A proposta foi apresentada pela líder da concelhia do PS de Oeiras, Alexandra Moura, numa sessão extraordinária a 21 de janeiro, dedicada exclusivamente a discutir a funcionalidade do SATU, um metro de superfície não tripulado que tem motivado várias críticas de moradores que não reconhecem utilidade àquele transporte e da oposição.
Nesse debate, depois de vários munícipes se terem manifestado contra a continuidade daquele transporte, a líder socialista de Oeiras sugeriu que fosse realizado um referendo local para decidir o futuro do SATU.
"O objetivo desta proposta é para poder ouvir a população e este é o instrumento mais democrático que a Constituição prevê", reiterou hoje Alexandra Moura.
A proposta foi chumbada com os votos contra do movimento independente Isaltino, Oeiras Mais À Frente (IOMAF), do PSD, do CDS e da CDU. O PS e o Bloco de Esquerda votaram favoravelmente.
Para o deputado António Moita, do IOMAF, o referendo local para este caso "não faz sentido", até porque, sublinhou, só faltam oito meses para as eleições autárquicas.
"Queremos é encontrar de forma séria, com os parceiros privados, uma solução para este assunto e tudo devemos fazer para que o SATU seja um projeto para andar e possa singrar", acrescentou.
Também a líder da concelhia do CDS de Oeiras, Isabel Sande e Castro, considerou que "são os decisores do passado que devem, com coragem e seriedade, decidir o futuro do SATU".
Já para o PSD, segundo o deputado Bernardo Caldeira, a proposta de um referendo local nesta matéria está a ser usada pelo PS como "arma política".
O SATU de Oeiras é gerido pela Câmara de Oeiras (51%), em parceira com a empresa privada Teixeira Duarte (49%).
No atual trajeto de cerca de 1,2 quilómetros entre Paço de Arcos e o Oeiras Parque, o SATU regista uma média diária de 550 passageiros, segundo a administração da empresa.