Por unanimidade, a Assembleia Municipal de Sintra aprovou a proposta da Câmara para a venda em hasta pública do antigo Hotel Netto. O imóvel, desde há décadas em avançado estado de ruína, vai ser vendido por um preço base de 1 milhão de euros, com possibilidade de um desconto de 10% se o pagamento for feito a pronto.
Mas, o principal atractivo para eventuais interessados passa pela entrega, por parte da autarquia, dos projectos de arquitectura e especialidades e dos respectivos pareceres prévios favoráveis da Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) e do Turismo de Portugal.
“É um projecto lindíssimo” sublinhou Basílio Horta, presidente da Câmara de Sintra, explicando a necessidade de alterações ao plano inicialmente apresentado pela Parques de Sintra-Monte da Lua, que havia manifestado interesse na aquisição do imóvel antes da autarquia exercer direito de preferência. “O projecto inicial aprovado pela DGPC estava mal feito e obrigava a uma reposição integral da fachada com um custo acrescido de três milhões de euros. Foi necessário encontrar uma solução diferente”, explicou o edil perante os deputados municipais.
Apenas as bancadas do Bloco de Esquerda, por João Silva, e dos Sintrenses com Marco Almeida, através de Hermínio Santos, se pronunciaram sobre o assunto, questionando a diferença de valores entre o que a câmara pagou quando adquiriu o imóvel ao Grupo Espírito Santo (Hóteis Tivoli), cerca de 600 mil euros, e o valor base atribuído à hasta pública (1 milhão de euros).
“A diferença resulta das mais-valias geradas pela elaboração do projecto”, explicou Basílio Horta, admitindo ainda que “as alterações introduzidas”, nomeadamente o alargamento do número de quartos (34 mais três suites) e a classificação da futura unidade como hotel de quatro estrelas pretendem garantir rentabilidade aos potenciais investidores.