Associação lança projeto de cuidados especializados para bebés prematuros

A Associação Portuguesa de Apoio ao Bebé Prematuro XXS lançou, no Hospital Amadora-Sintra, um projeto de cuidados especializados para recém-nascidos em risco, de apoio aos pais e de melhoria dos espaços nas Unidades de Cuidados Intensivos Neonatais.

O projeto C.A.R.E (Cuidados de Apoio a Recém-nascidos Em risco) nasceu para dar resposta às necessidades dos pais dos bebés prematuros, disse à agência Lusa Paula Guerra, da XXS, uma associação fundada em 2008 por pais de crianças que nasceram prematuras.

"Percebemos na altura do nascimento dos nossos filhos que havia muitas necessidades no apoio aos pais e no acompanhamento após a alta hospitalar do bebé", adiantou Paula Guerra.

A neonatologia em Portugal tem "resultados excelentes", sendo considerada das melhores na Europa e no Mundo, "mas ainda há um grande caminho" a percorrer no apoio aos pais dentro das unidades e na criação de "condições logísticas" para que os pais acompanhem os seus filhos durante o período de internamento, que é "essencial no desenvolvimento e na recuperação do bebé".

"Os profissionais de saúde sabem disto e também apoiam a permanência dos pais na unidade, mas muitas vezes não há condições hospitalares para que o façam da maneira mais confortável para os pais e para o bebé", comentou a responsável.

Para alterar esta situação, o projeto prevê a melhoria dos espaços nas Unidades de Cuidados Intensivos Neonatais.

Outro objetivo do programa é estender o apoio domiciliário a todas as famílias de bebés abaixo das 32 semanas.

"Há bebés que precisam de cuidados especiais e não há em todas as regiões do país este apoio domiciliário", sustentou.

Do C.A.R.E também fazem parte campanhas de prevenção, divulgação e sensibilização para a prematuridade, ações de formação que favoreçam o desenvolvimento de competências e o desenvolvimento de projetos-piloto de cuidados especializados centrados no desenvolvimento.

O Dia do Pai foi a data escolhida pela associação para lançar o projeto, porque muitas vezes são esquecidos neste período.

"Focamos muito a atenção nas mães, porque são elas que acompanham o dia-a-dia o bebé, porque os pais estão a trabalhar, mas o pai é um pilar essencial no suporte à família durante este período difícil", frisou.

O projeto, apoiado por verbas comunitárias e que tem como parceiro a Sociedade Portuguesa de Pediatria, resulta de um protocolo estabelecido com os ministérios da Saúde e da Solidariedade, do Emprego e da Segurança Social.

Em 2012 nasceram 6.963 prematuros em Portugal, representando 7,8% dos nascimentos, segundo dados do INE.

Entre 2007 e 2012, baixou a percentagem de nados vivos prematuros (com menos de 37 semanas de gestação) de 9,1 para 7,8%.

Em 2012, a maior percentagem de nados vivos prematuros verificou-se nas mães com mais de 39 anos, adianta o INE.