Associações de Coimbra criticam Governo por apoiar Cascais Capital Europeia da Juventude

Associações de Coimbra criticam Governo por apoiar Cascais Capital Europeia da Juventude
A Federação de Associações Juvenis de Coimbra (FAJC) afirmou hoje que a opção do secretário de Estado do Desporto e da Juventude de apoiar apenas Cascais para Capital Europeia da Juventude 2018 pode "hipotecar" a candidatura de Coimbra.
 
A FAJC reagiu com "tristeza" e "estranheza" à opção do secretário de Estado Emídio Guerreiro de apoiar somente Cascais a Capital Europeia da Juventude 2018, excluindo Coimbra e Angra do Heroísmo, as outras duas cidades portuguesas candidatas ao título.
 
A decisão do Governo "pode ajudar a hipotecar as hipóteses de Coimbra" ser a cidade vencedora, frisou o presidente da federação, Carlos Martins, referindo que Emídio Guerreiro deveria ser "secretário de Estado de um país e não de um concelho".
 
A decisão do Governo leva a uma "discriminação dos jovens", passando "um atestado de incompetência" ao que estes têm feito no concelho, criticou o presidente da federação, numa conferência de imprensa ao final da tarde na República da Praça, em Coimbra.
 
Carlos Martins salientou que a questão suscita ainda mais estranheza pelo passado que Emídio Guerreiro tem em Coimbra, onde foi repúblico e presidente da Associação Académica de Coimbra. Por isso, disse, seria de esperar que "estivesse na linha da frente" da candidatura.
 
O Governo declarou o seu apoio a Cascais, que já se tinha candidatado em 2014, considerando este concelho "um exemplo nacional de políticas da juventude", segundo uma nota de imprensa da secretaria de Estado, enviada à agência Lusa a 05 de março.
 
A autarquia de Coimbra foi informada de que o apoio à candidatura de Cascais partia do pressuposto de que esta seria "a candidatura" de Portugal e foram "utilizados argumentos que iriam ser contrariados por uma nova missiva de apoio a uma outra candidatura portuguesa", sublinhou a secretaria.
 
O comunicado referiu que em janeiro, aquando da solicitação de apoio para a nova candidatura de Cascais, ainda não havia conhecimento de mais nenhuma candidatura.
 
Segundo a Secretaria de Estado do Desporto e Juventude, "não houve qualquer tratamento preferencial a Cascais", apenas uma tomada de posição "coerente com o que já havia sido feito no passado".
 
A tutela recordou o apoio à realização dos Jogos Universitários Europeus 2018 em Coimbra, em que também rejeitou a candidatura de Braga, quando Coimbra se candidatava pela segunda vez.
 
Sobre os argumentos da secretaria de Estado, o presidente da FAJC salientou que o Governo também nos Jogos Europeus Universitários 2018 deveria ter "subscrito todas as candidaturas".
 
"Desculpou um erro com outro erro", comentou.
 
Também a vereadora da Cultura da Câmara de Coimbra, Carina Gomes, frisou a 05 de março que "não havia necessidade de [a secretaria de Estado] apoiar apenas uma das candidaturas", apontando o exemplo do Conselho Nacional da Juventude, que "apoiou pelo menos a de Coimbra e a de Cascais".
 
Depois da primeira fase de receção de candidaturas ao título, as 20 cidades europeias que concorrem ficam a saber, a 29 de abril, quais serão as cinco finalistas, sendo o vencedor anunciado em novembro, em Ganja, no Azerbaijão, que organiza a Capital Europeia da Juventude em 2016.