ATP confirma negociações para recuperar Portugal Open

A Associação de Tenistas Profissionais, que gere o circuito mundial, confirmou hoje à agência Lusa que existem negociações para manter o Portugal Open no calendário, mas ainda não fixou um prazo para a confirmação absoluta.
"Continua a haver negociações, mas ainda não há prazo para se chegar a uma confirmação final", esclareceu à Lusa fonte do ATP, estimando que as conversações poderão prolongar-se "até janeiro ou, no máximo, inícios de fevereiro".
No calendário, ainda não definitivo, para 2015, não figura o Portugal Open, mas caso se confirme a recente garantia do secretário de Estado do Desporto, Emídio Guerreiro, de que o torneio está assegurado para os próximos três anos, a prova portuguesa poderá ser "realojada" no circuito.
Se a reintegração vier a confirmar-se, o Portugal Open deverá ser colocado na semana entre 27 de abril e 03 de maio, altura em que se disputam mais dois torneio de terra batida, em Istambul e Munique.
O secretário de Estado da Juventude e do Desporto, Emídio Guerreiro, garantiu hoje que o Portugal Open em ténis irá realizar-se em 2015 e nos dois anos seguintes, numa entrevista ao diário Público.
Na entrevista, Emídio Guerreiro, avançou que já há uma alternativa à do empresário João Lagos para a organização do Portugal Open, escusando-se, no entanto, a dizer qual.
"O que garanto é que está assegurado que o Open vai continuar a realizar-se em Portugal nas datas previstas e sem fundos públicos. Houve até vários interessados em organizar o torneio e está garantido por mais três anos", refere o responsável governativo.
A 18 de outubro, o empresário João Lagos, responsável pela organização do Portugal Open há 25 edições, anunciou que iria deixar de organizar o evento, tendo ficado comprometida a continuidade do principal torneio português de ténis.
"Havia prometido há poucas semanas que a emoção não se iria sobrepor à razão na hora de assumir a organização do Portugal Open 2015. E, infelizmente, foi com infinita tristeza que me vi forçado a comunicar ao ATP que não reuni as condições de poder assumir a organização do próximo Open", explicou João Lagos.
Também a 18 de novembro, o presidente da Federação Portuguesa de Ténis (FPT), descartava a hipótese de a entidade resgatar o Portugal Open, realçando não depender da federação, nem sequer do governo, a salvação do principal torneio de ténis nacional, recordando que a continuidade do Portugal Open está condicionada pela vontade da Associação de Tenistas Profissionais (ATP), responsável pela definição de provas no calendário mundial.
"O que posso dizer é que é com muita tristeza para o ténis português que o João Lagos, depois de 25 anos, já não vai organizar o torneio. A federação não tem nada a ver com a organização de eventos, nomeadamente com a organização deste evento", defendeu, então, Vasco Costa.
A mudança de nome de Estoril Open para Portugal Open, em 2013, por sugestão de Paulo Portas, então ministro dos Negócios Estrangeiros, foi apresentada como a melhor notícia de sempre da prova, mas acabou por não trazer mudanças profundas para o futuro do torneio.
Em 2014, sem apoio do Turismo de Portugal, mas com o estatuto de utilidade pública, João Lagos voltou a dizer que o torneio estava em perigo, por falta de cerca de dois milhões de euros num orçamento global de 3,5 milhões.
Apesar das dificuldades da empresa João Lagos Sport, acentuadas após a anulação do Dakar de 2008, que partia de Lisboa, o Portugal Open foi garantido a cerca de um mês do início e realizou-se mesmo em 2014, naquela que foi a 25.ª edição do único torneio em solo luso do circuito ATP, a primeira divisão do ténis mundial.