O presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, acusou hoje o ministro do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques, de "amnésia temporária" por ter dito que a ligação aérea regional Bragança-Lisboa tinha sido "incompreensivelmente interrompida".
A linha aérea regional Bragança-Vila Real-Viseu-Cascais-Portimão foi hoje inaugurada, num voo que contou com a presença do ministro Pedro Marques que, à chegada, afirmou aos jornalistas que a ligação aérea Bragança-Lisboa, suspensa há três anos, foi "incompreensivelmente interrompida" pelo anterior Governo por razões "sem sentido nenhum".
Carlos Carreiras afirmou, na sua página do Facebook, que "há quem diga que as diferenças de pressão podem causar amnésias temporárias", sendo esta "a única explicação" para as declarações do governante.
"A bem da verdade, quero lembrar o senhor ministro que essa interrupção foi imposta por Bruxelas, fazendo cumprir o memorando de entendimento assinado por um Governo do Partido Socialista do qual fez parte. Incompreensível? Sem sentido? É bom procurar no seu partido os responsáveis pela asneira", sugere Carlos Carreiras.
O autarca sublinhou que a nova rota inclui "novos destinos, como Viseu, Cascais e Portimão" e "é nova na maneira como une o Norte e o Sul, o interior e o litoral".
"Tal como os aviões não precisam de espelhos, o senhor ministro também não deveria preocupar-se em olhar pelo retrovisor. Ainda para mais, quando as culpas que tenta passar acabam por aterrar com estrondo no telhado socialista", acusa.
Carlos Carreiras disse, por fim, perceber então "porque é que o senhor ministro não participou na conferência de imprensa no aeródromo de Tires e preferiu esperar no carro até à última hora para embarcar".
Contactado pela Lusa, o ministro Pedro Marques não quis comentar as acusações do autarca de Cascais.