Autárquicas: Grupos de cidadãos vão gastar 4 milhões de euros, Isaltino e Moreira com maiores orçamentos

Os orçamentos de campanha dos grupos de cidadãos para as eleições autárquicas de outubro totalizam cerca de quatro milhões de euros, sendo os movimentos de Isaltino Morais, Oeiras, e de Rui Moreira, Porto, aqueles que preveem gastar mais dinheiro.
 
Os quatro milhões de euros orçamentados pelos grupos de cidadãos para as eleições autárquicas de 01 de outubro juntam-se assim aos quase 35 milhões de euros estimados pelos partidos, custando a campanha eleitoral cerca de 39 milhões de euros.
 
De acordo com os orçamentos entregues pelos grupos de cidadãos, hoje disponibilizados na página da Internet da Entidade das Contas e Financiamentos Políticos, o movimento "Isaltino Inovar - Oeiras de Volta" estima gastar cerca de 283 mil euros, enquanto "Rui Moreira: Porto o Nosso Partido 2017" prevê despesas de 281 mil euros.
 
Dos 308 concelhos, apenas 69 contam com candidaturas de grupos de cidadãos, segundo a análise feita pela agência Lusa à informação disponibilizada.
 
Já os movimentos de cidadãos que estimam gastar menos dinheiro são: “os Independentes” de Almeida (distrito da Guarda), que estimam ter gastos de 3.500 euros, e o “Movimento Independente pela Mudança”, candidato à Câmara de Palmela (distrito de Setúbal), que estima gastar 5.985 euros.
 
Numa análise a todas as candidaturas do país, a campanha da lista socialista de Manuel Pizarro à câmara do Porto será a mais cara, com despesas de 360 mil euros, seguindo-se a candidatura de Álvaro Almeida, também ao Porto, apoiada pela coligação PSD/PPM, com um gasto estimado de 350 mil euros.
 
Em terceiro lugar aparece a candidatura do PS a Vila Nova de Gaia, com um orçamento de 303 mil euros.
 
As candidaturas independentes de Isaltino Morais (Oeiras) e Rui Moreira (Porto) ficam em quarto e quinto lugar do ‘ranking’ dos orçamentos para a campanha às eleições autárquicas de 01 de outubro, estimando gastar mais do que o candidato socialista (e atual presidente da Câmara de Lisboa) Fernando Medina, que prevê ter despesas de 249 mil euros.
 
Oeiras, no distrito de Lisboa, é o município que conta com mais candidatos independentes.
 
Para além de Isaltino Morais, também o atual presidente da câmara, Paulo Vistas, entrou na corrida autárquica, apoiado pelo “movimento Independentes Oeiras Mais à Frente”, e prevê gostos de 159.500 euros.
 
A terceira candidatura independente (Renascer Oeiras 2017) é encabeçada por Sónia Gonçalves e estima gastos de 92 mil euros.
 
A norte, o município de Matosinhos (distrito do Porto) conta com duas candidaturas independentes. O movimento de cidadãos “António Parada, sim!”, encabeçado pelo candidato do PS nas eleições de 2013, prevê gastos de 129.875 mil euros, enquanto a candidatura do antigo presidente da Câmara, o socialista Narciso Miranda, apresentou um orçamento de mais de 194 mil euros.
 
Em Gondomar (no mesmo distrito), Valentim Loureiro volta a candidatar-se à câmara que liderou durante duas décadas, através do movimento “Valentim Loureiro – Coração de Ouro”, que tem um orçamento de 180 mil euros para despesas. A maior parte deste valor deverá ser proveniente de subvenção estatal.
 
No centro, Coimbra conta com duas candidaturas independentes. A primeira é liderada pelo antigo bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, que se candidata pela primeira vez e estima gastos de 30 mil euros.
 
Já a lista “Cidadãos por Coimbra”, que concorreu pela primeira vez nas últimas eleições e conseguiu eleger um vereador, prevê gastos que rondam os 25 mil euros.
 
Em Portalegre, o movimento “Candidatura Livre Independente Por Portalegre” (que já lidera o município) estima gastar 25.500 euros, fundos maioritariamente provenientes de subvenção estatal.
 
As candidaturas independentes lideram também os municípios de Borba e Estremoz (distrito de Évora).
 
O “Movimento Independente por Estremoz" estima gastos de 40 mil euros, enquanto o movimento “Unidos por Borba” prevê despesas orçadas em 9.750 euros, provenientes da subvenção estatal e de donativos.
 
Todas as candidaturas estimam gastar a maior fatia destes orçamentos em propaganda, cartazes e brindes.