Basílio Horta exige colocação de professores em falta nas escolas de Sintra

O presidente da Câmara de Sintra, Basílio Horta, ameaçou hoje ir protestar "para a porta do ministério" se não for resolvida a situação de falta de 33 professores em Casal de Cambra.
 
"Vamos pedir uma reunião de urgência ao senhor ministro [da Educação] e espero que ele nos dê a reunião, senão vai ter de nos ouvir à porta do Ministério", disse Basílio Horta (PS), frente à Escola EB 2,3 Prof. Agostinho da Silva, onde desde as 08:00 se concentraram dezenas de pais e alunos em protesto contra a falta de professores.
 
Num agrupamento de 110 professores continuam a faltar 33, “o que afeta cerca de 200 crianças nas várias escolas", explicou à agência Lusa Helena Santos, presidente da Associação de Pais e Encarregados de Educação.
 
Segundo Helena Santos, "lamentavelmente, houve 27 professores que pediram recondução para estas escolas [do agrupamento] e apenas um conseguiu".
 
"As escolas TEIP [Território Educativo de Intervenção Prioritária] também são portuguesas", lia-se num dos cartazes empunhados pelos pais e alunos concentrados à porta da escola de Casal de Cambra, num protesto que durou hora e meia.
 
"Nunca houve um começo de ano tão mau como este, não chega pedir desculpa", afirmou Basílio Horta, acrescentando que "no concelho de Sintra faltam pelo menos 200 professores".
 
O agrupamento de escolas, composto pelo Jardim de Infância (JI) n.º 1 de Casal de Cambra, EB1/JI de Casal de Cambra, EB1 n.º 2 de Casal de Cambra e EB2,3 Prof. Agostinho da Silva, possui 150 crianças com necessidades educativas especiais.
 
O autarca esclareceu que entre as escolas com falta de docentes, além da de Casal de Cambra, estão as de Agualva-Mira Sintra (15), Ferreira de Castro (24), Rui Belo (20), Visconde de Juromenha (12), Queluz-Belas (10) e Francisco Sanches (3), afetando em todo o concelho cerca de dez mil alunos.
 
"É uma preocupação que se vem agravando há vários anos, mas este ano é demais", reclamou Fernanda Santos, presidente da Junta de Freguesia de Casal de Cambra, que criticou o contributo do agrupamento "na certificação de professores que depois são transferidos para outras escolas".
 
A CDU de Casal de Cambra, em comunicado, solidarizou-se com a luta dos pais do agrupamento Agostinho da Silva, lamentando que "fruto das opções políticas de um Governo" haja "uma enorme percentagem de alunos das escolas portuguesas [que] não têm acesso a um direito constitucional".