Bombeiros da Amadora: Apoio para manter a porta aberta

Subsídio municipal serve como balão de oxigénio.
terminar o seu mandato, a actual direcção da Associação Humanitária de Bombeiro Voluntários da Amadora (BVA) faz um balanço positivo dos últimos três anos, apesar de todas as turbulências vividas. Ultrapassadas as dificuldades financeiras potenciadas pelas alterações no apoio ao transporte de doentes não urgentes, os elementos desta direcção voltam a recandidatar-se e garantem que o desafio do próximo mandato é, “acima de tudo, garantir a continuidade da associação”.
Em 2010, Maria Alcide Marques foi a primeira mulher a assumir as funções de presidente daquela associação, fundada há 108 anos. Na altura, “tudo parecia encaminhado para que fosse um mandato tranquilo”. Porém, as alterações decretadas pelo Governo no que diz respeito ao apoio às corporações de bombeiros chegaram mesmo a colocar em causa a sobrevivência da associação.
“Esteve tudo por um fio. Apenas conseguimos resolver a situação na semana passada, pagando os subsídios de Natal e de férias em atraso, embora através de um empréstimo por livrança”, explica Maria Alcide Marques. A presidente salienta a contribuição fundamental da Câmara da Amadora neste processo, ao aprovar a atribuição “do mesmo valor em subsídio, adiantando dois duodécimos do mesmo”.
Com estas conquistas, a direcção conseguiu, para já, assegurar a manutenção dos postos de trabalho e a prestação do serviço de socorro no concelho da Amadora. “No início do mandato tínhamos tudo como garantido. Mas, a crise, o aumento de todas as despesas e a alteração das regras do transporte de utentes não urgentes fizeram cair as receitas significativamente. Isto, sem o aumento dos subsídios atribuídos”, justifica a responsável. “O transporte de doentes não urgentes era das poucas áreas que se pagava a si própria e ainda dava alguma receita. Mas, esse serviço baixou 70 por cento”.
A associação tem cerca de 120 funcionários, entre bombeiros e administrativos. Apenas 30 estão em regime exclusivo de voluntariado. Trata-se de quase uma centena de pessoas a quem é necessário garantir os ordenados.
Mesmo assim, o comandante e vice-presidente da direcção, Mário Conde, admite que “seriam necessários mais elementos, porque esta é a única corporação, num concelho que, embora seja muito pequeno, tem muita população e é muito complexo”.