As buscas para encontrar os cinco pescadores da embarcação que naufragou ao largo da praia da Maçãs, concelho de Sintra, vão prosseguir durante o fim de semana, assegurou hoje o comandante da capitania do porto de Cascais, Mário Domingues.
"As buscas prosseguem de acordo com um plano básico, através de meios motorizados e apeados em terra, com o dispositivo ajustado segundo as possibilidades do momento", explicou à agência Lusa Mário Domingues.
A forte agitação marítima que se registou durante o dia de hoje condicionou as buscas, retomadas pelas 08:00 com duas dezenas de bombeiros de Colares e de Almoçageme e elementos da Polícia Marítima, apoiados pela corveta "Batista de Andrade" e por um helicóptero Kamov da Proteção Civil.
"Avistou-se na zona do Magoito o que parecia ser destroços da embarcação, uns barrotes de madeira, mas não foi possível determinar se pertenciam ao barco", revelou Mário Domingues, acrescentando que a forte agitação do mar também não permitiu a recolha de "umas lonas e um colete" avistado na mesma zona.
O mau tempo fez-se sentir especialmente durante a manhã, mas a forte ondulação prolongou-se pela tarde, provocando "uma espuma" densa, que dificultou a visibilidade aos vários meios envolvidos.
O helicóptero Kamov iniciou as buscas pelas 09:00 e, tirando o período em que precisou de ser reabastecido, recolheu à base às 16:45, enquanto as lanchas da estação salva-vidas de Cascais e da Ericeira não tiveram condições para serem utilizadas.
"Estamos numa janela temporal de possibilidade de aparecimento dos corpos, mas as condições de agitação marítima dificultam a libertação do que possa estar preso em grutas e cavidades nas arribas", frisou o comandante da capitania.
As buscas terminaram hoje pelas 17:40 e devem ser retomadas na manhã de sábado, embora só ao final do dia sejam determinados os meios a envolver de acordo com as condições meteorológicas e marítimas.
As autoridades foram alertadas cerca das 03:10 de quarta-feira para o naufrágio da embarcação de pesca "Santa Maria dos Anjos" - com cerca de 11 metros, registada em Olhão, mas propriedade de um armador do norte do país -, ao largo da praia das Maçãs, com seis pescadores a bordo.
Um pescador luso-francês, de 26 anos, conseguiu nadar para terra agarrado a uma boia e subiu a arriba perto da praia, batendo à porta de habitações a pedir socorro, até ser encontrado pelo guarda-noturno, alertado por uma moradora.
O sobrevivente relatou que ainda viu outros dois pescadores agarrados a uma balsa, mas os meios terrestres, marítimos e aéreos não detetaram vestígios dos outros cinco ocupantes da embarcação, que tinha largado de Peniche com destino a Cascais para a pesca do linguado.
Dos cinco pescadores desaparecidos, com idades entre os 27 e os 51 anos, três são naturais da Póvoa de Varzim, um de Vila do Conde e outro é cidadão ucraniano, todos residentes nas Caxinas, uma localidade entre aquelas duas cidades e que alberga uma das maiores comunidades piscatórias do país.