Câmara de Almada nega acusações do BE sobre Plano de Pormenor de Cacilhas
A vereadora do Planeamento Urbanístico na Câmara de Almada, Amélia Pardal, assegurou hoje que a autarquia ouviu a população sobre o Plano de Pormenor de Cacilhas, que prevê a construção de um prédio com mais de 20 andares.
"Entre janeiro de 2010 e 25 de janeiro de 2013 houve três momentos de discussão pública, onde a população demonstrou claramente a vontade de que a zona baixa de Cacilhas ficasse liberta e de permitir a construção de privados na parte de cima", disse a autarca da CDU, em resposta a acusações do Bloco de Esquerda (BE).
A presidente da Comissão Concelhia de Almada do BE, Joana Mortágua, acusou na quarta-feira a autarquia de ignorar as manifestações de descontentamento da população face à perspetiva de construção de um edifício mais alto do que o pórtico da Lisnave, que está contemplada no referido Plano de Pormenor de Cacilhas.
A vereadora do Planeamento Urbanístico assegurou, no entanto, que nos últimos três anos houve a participação de centenas de pessoas na discussão pública do Plano de Pormenor, que prevê a transferência dos direitos de construção de entidades privadas para uma zona mais alta e a construção de um edifício muito alto.
"O que está a acontecer é uma tentativa de fazer voltar ao princípio um processo que teve a participação da população, mas que agora chegou ao fim", disse Amélia Pardal, lembrando que quinta-feira é o último dia da consulta pública do Plano de Pormenor de Cacilhas.
Amélia Pardal admitiu que, no Fórum de Discussão Pública do passado dia 25 de janeiro, "houve algumas pessoas do Bloco de Esquerda que colocaram algumas questões relacionadas com a construção de uma torre".
"O processo não começou agora, mas vamos responder a todas as participações, integrar o que for para integrar e fazer um relatório com a ponderação dessas propostas", assegurou.
A vereadora da Câmara de Almada disse ainda que a construção da torre prevista no Plano de Pormenor poderá ser reversível quando chegar o momento de execução da obra, desde que sejam salvaguardados os direitos de edificabilidade dos privados.
"O edifício está num lote municipal. O município, com a participação das populações, naturalmente, há de decidir o que ali será efetivamente construído no futuro", concluiu.