O presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras (PSD), considera que é "urgente" substituir a rodoviária Scotturb por outro concessionário, acusando a transportadora um "economicismo sem ética nem escrúpulos" ao abandonar os passes sociais.
Em comunicado, o autarca de Cascais critica a decisão tomada pela Scotturb [que opera nos concelhos da Amadora, Cascais, Oeiras e Sintra] de, a partir de quinta-feira, deixar de disponibilizar passes sociais, mesmo depois de o Governo ter atendido às pretensões da empresa.
"A boa-fé negocial faria supor que, normalizada a situação e satisfeitas as suas exigências, a Scotturb levantaria o bloqueio aos passes sociais. Mas eis que a empresa volta a ameaçar não aceitar as modalidades dos passes sociais. Esta atitude configura uma ameaça inédita de boicote à prestação de um serviço público a quem mais dele necessita e é norteada por um economicismo sem ética nem escrúpulos", afirma Carreiras.
O autarca sublinha que a suspensão do passe social vai atingir 17 mil pessoas dos quatro concelhos que compram o passe social as quais, refere, serão obrigadas a pagar uma tarifa incomportável.
Carlos Carreiras mostrou-se "solidário" com o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, e apelou para que "ainda hoje se chegue a um acordo entre as partes".
"Há muito que esta autarquia vem alertando o Governo para a prestação de um serviço sem regras, sem qualidade e sem qualquer preocupação pelas pessoas. Com este episódio, a substituição da Scotturb por outro concessionário de serviço de transporte coletivo rodoviário deixou de ser apenas uma necessidade. É uma urgência", rematou o autarca de Cascais.
O Governo aprovou o pagamento de uma dívida de cerca de 6,6 milhões de euros à rodoviária Vimeca e 143 mil euros à transportadora Scotturb, relativos aos três últimos anos.
Contudo, as duas transportadoras já confirmaram que a partir de quinta-feira não serão aceites mais as modalidades dos passes sociais.