Câmara de Oeiras contesta redução de comboios na Linha de Cascais

O presidente da Câmara de Oeiras, Paulo Vistas, contestou hoje a decisão da CP – Comboios de Portugal de acabar com a circulação de 51 comboios na Linha de Cascais e lamentou que a autarquia não tivesse sido consultada.
 
Em comunicado, Paulo Vistas (movimento independente Isaltino Oeiras Mais À Frente) diz "estranhar" e "contestar" a decisão da CP, considerando que a medida "contribuirá para prejudicar substancialmente” a população que reside em Oeiras e a que vai todos os dias trabalhar na zona, servida pela Linha de Cascais.
 
O autarca lamenta também que a Câmara de Oeiras não tenha sido informada oficialmente pela empresa, nem tenha sido chamada a participar na decisão.
 
"Além do mais, esta medida é contraditória à política que preconizamos de promoção da utilização dos transportes coletivos", acrescenta Paulo Vistas.
 
O autarca alerta ainda para o excesso de transporte privado no concelho, a qual considera que agora tende a agravar-se.
 
"Na nossa opinião, esta medida responde apenas a critérios economicistas e esquece por completo a sua função essencial de prestador de serviço público", refere.
 
Também a concelhia do PS de Oeiras apresentou hoje uma moção, na assembleia municipal, a contestar a decisão da CP e apelou ao executivo de Paulo Vistas para "tomar as diligências necessárias ainda esta semana para reverter a situação".
 
A Linha de Cascais, que liga esta vila ao Cais do Sodré, em Lisboa, passando ainda por Oeiras, passou a ter menos 51 comboios - os que faziam o trajeto rápido entre as 10:00 e as 17:00 - e novos horários de circulação.
 
A decisão, segundo a empresa, surgiu após uma análise feita à procura daquela linha férrea, da qual se constatou que o volume total de passageiros naquele período não justificava a frequência de comboios rápidos.
 
A CP assegurou ainda que irá monitorizar "atentamente a evolução e comportamento da procura na Linha de Cascais", para verificar a necessidade de eventuais ajustamentos.