A Câmara de Sintra vai solicitar uma reunião de urgência ao Ministério da Saúde para analisar a "preocupante" prestação de cuidados de saúde no concelho, anunciou o presidente do município, Basílio Horta (PS).
"Se fecharem centros de saúde no concelho, a câmara estará solidária com os munícipes e com as iniciativas que se venham a fazer", afirmou à agência Lusa o presidente da autarquia, no final de uma reunião de câmara privada.
O executivo aprovou por unanimidade solicitar, com urgência, uma reunião ao ministro Paulo Macedo, para analisar o encerramento de serviços do Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra), a demora no protocolo para a construção de cinco centros de saúde e o eventual fecho de centros de saúde no município.
O presidente da autarquia esclareceu que o encontro pretende "analisar o impacto que a portaria [que classifica os serviços de saúde] terá nas valências do hospital Amadora-Sintra" e a "falta de resposta ao protoloco para a construção de novos centros de saúde, em que a câmara dá os terrenos e 30% do custo" da obra.
A câmara está disposta a apoiar a construção dos centros de saúde de Sintra, Algueirão-Mem Martins, Agualva, Queluz e Almargem do Bispo.
"A Câmara de Sintra não aceita que fechem mais centros de saúde no concelho", frisou Basílio Horta. Para já, o município vai disponibilizar três funcionários municipais para manter a funcionar, durante o verão, a unidade de saúde de São João das Lampas, devido à falta de pessoal administrativo.
Os vereadores do movimento independente Sintrenses com Marco Almeida (SMA) manifestaram, na reunião do executivo, preocupação pelo "anunciado encerramento dos serviços de obstetrícia no Hospital Fernando da Fonseca". Em comunicado enviado à Lusa, o movimento informou ter alertado para as consequências da reorganização dos serviços hospitalares, através da recente portaria que define os "critérios de classificação dos serviços e estabelecimentos do Serviço Nacional de Saúde".
Os eleitos do SMA lamentaram que a classificação atribuída ao Amadora-Sintra, "com uma área de influência direta para as valências existentes entre 75.000 e 500.000 habitantes", leve à transferência do serviço de obstetrícia.
Uma situação que suscita "surpresa e incredulidade" quando o município apresenta "um saldo demográfico positivo, já que nele ainda se nasce mais do que se morre - com os nascimentos em 2013 a superar em mais de 1000 os óbitos".
A vereadora Paula Borges (CDU) defendeu que a Câmara de Sintra exija ao Ministério da Saúde a "imediata criação de um calendário de investimentos" no concelho.
"Os equipamentos de prestação de cuidados de saúde primários, existentes no concelho, além de serem em número insuficiente, apresentam também características físicas muito débeis", por a maioria se situar em prédios de habitação, notou a autarca.
A CDU reclamou "a construção de um hospital público no concelho de Sintra", mas avisou que "a remodelação da rede terá que passar pela construção de novas unidades médicas em freguesias com carências e pela remodelação dos equipamentos existentes".
O vereador Luís Patrício (PSD) confirmou ver "com preocupação os problemas da saúde no concelho, porque prejudica os munícipes", embora confiando que "ainda se vá a tempo de corrigir as situações" mais urgentes.