Câmara de Sintra quer criar 'cidade de segurança' na antiga fábrica da Melka

A Câmara de Sintra quer instalar no espaço da antiga fábrica da Melka, no Cacém, a PSP, a Polícia Municipal, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e o Serviço Municipal de Proteção Civil.

"Queremos a construção de um polidesportivo na cidade de Agualva-Cacém, qualquer que seja a localização, mas preferimos que a Melka seja utilizada para instalar as polícias", afirmou hoje à agência Lusa o presidente da União das Freguesias do Cacém e São Marcos, José Estrela Duarte.

"Estava previsto a PSP e também a Polícia Municipal, mas podia-se dar um passo em frente e pôr aqui [na Melka] o centro de emergência de Sintra", defendeu o presidente da Câmara de Sintra, Basílio Horta (PS), durante a visita, na sexta-feira, à freguesia da antiga fábrica têxtil.

O presidente da autarquia adiantou que um dos secretários de Estado da Administração Interna se desloca em breve ao município para dar a conhecer "a ideia do Governo em relação às forças de segurança no que toca a Sintra".

Além da Proteção Civil, o espaço poderá receber o SEF, hipótese que Basílio Horta admitiu "também estar em discussão", e criar no antigo espaço fabril, junto à ribeira das Jardas e do acesso ao IC19 (Lisboa-Sintra), "uma espécie de 'cidade de segurança'".

Enquanto aguarda pela reunião com os responsáveis do Ministério da Administração Interna, o autarca reconheceu que o avanço do projeto, por se tratar de um "investimento pesado", não fará sentido só para a Polícia Municipal e Proteção Civil.

No caso de ser preciso "repensar" o uso a dar à Melka, José Estrela Duarte considerou que o espaço pode ter outra utilidade para a freguesia e para a cidade, uma vez que "a única coisa que se mantém em aberto é a construção do polidesportivo".

Na visita à freguesia foi anunciada a abertura até outubro da nova Loja do Cidadão no mercado do Cacém. Já para a construção da Circular Nascente ao Cacém, a câmara não tem disponibilidade financeira para avançar com o projeto.

Basílio Horta esclareceu que, com a receção das obras do programa de reabilitação urbana Polis, o município assumiu "uma dívida de 35 milhões de euros, que custa à câmara 1,4 milhões por ano em juros".

O autarca salientou que "os ativos não cobrem nem de longe os 35 milhões de euros" e que estão em curso negociações para "negociar a dívida", de forma a aliviar o orçamento municipal.

O presidente da junta lamentou o fracasso do projeto de construção de um hospital privado do grupo Mello na Baixa do Cacém - "transferido para Braga" - e revelou que ainda existem "mais de uma dezena de espaços para construção diversa" na área de intervenção do Polis.

O plano do CacémPolis, lançado em 2001, só foi dado como concluído em 2011. Numa área de 45 hectares foram reabilitados espaços públicos na Baixa do Cacém, com a construção do parque linear da ribeira das Jardas, mas o programa ficou incompleto.