Cacilheiro 'Trafaria Praia' é inaugurado no dia 31, na Bienal de Veneza

O Pavilhão de Portugal na 55.ª Bienal de Artes de Veneza é inaugurada no dia 31 de maio, às 18:00 locais, a bordo do cacilheiro “Trafaria Praia”, ancorado na Riva dei Partigiani, anunciou hoje a direção-geral das Artes (DGArtes).
A cerimónia de inauguração conta com a presença do secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, e do diretor-geral das Artes, Samuel Rego.
“O Pavilhão de Portugal consiste no projeto ‘Trafaria Praia’, de Joana Vasconcelos, comissariado por Miguel Amado, no qual um cacilheiro foi transformado num pavilhão flutuante e numa obra de arte”, explica em comunicado a DGArtes.
Até ao dia 01 de junho, o cacilheiro “acolherá inúmeros eventos dedicados à cultura portuguesa, entre os quais mesas-redondas e concertos”, lê-se na mesma nota.
Durante a Bienal, que termina no dia 24 de novembro, o navio navegará na lagoa de Veneza, entre a estação de "vaporetto" dos Giardini e a Punta della Dogana.
Segundo o mesmo comunicado “Trafaria Praia” analisa “a história comum entre Lisboa e Veneza, cidades que contribuíram para a ampliação da visão europeia de mundo, durante a Idade Média e o Renascimento”.
“O projeto reflete acerca da zona de contacto verificada entre Lisboa e Veneza na contemporaneidade, considerando três aspetos que partilham: a água, a navegação e o navio”.
O exterior do cacilheiro foi revestido com um painel de azulejos pintados à mão, a azul e branco, que representa a cidade de Lisboa na atualidade, vista a partir do rio Tejo.
“Esta peça inspira-se num outro painel de azulejos, o Grande Panorama de Lisboa, atribuído a Gabriel del Barco e presumivelmente datado de 1700”, que mostra Lisboa antes do terramoto de 1755, e “é uma expressão fundamental do estilo barroco do ‘Ciclo dos Mestres’, a era dourada da azulejaria nacional”, escreve a DGArtes.
No convés do navio, Joana Vasconcelos criou “um ambiente à base de têxteis e elementos luminosos”. “A nova peça é um complexo ‘patchwork’ azul e branco que cobre o teto e as paredes, de onde emerge um emaranhado de elementos crochetados que incorporam LEDs”, explica a DGArtes.
No tombadilho do “Trafaria Praia”, onde está instalado um palco, irão ser apresentados, até 01 de junho, vários eventos com vista à promoção da cultura portuguesa, através de espetáculos e uma série de mesas-redondas sob o mote “Que Arte, que Futuro, que Futuro para a Arte”, que serão moderadas pelo comissário da mostra.
Alda Galsterer, Carlos Fortuna, Filipa Oliveira, Luísa Soares de Oliveira, Moritz Elbert/Coletivo de Curadores, Paulo Cunha e Silva, Raquel Henriques da Silva e Rosário Salema de Carvalho são algumas das personalidades que participarão nos debates.
O cartaz musical inclui Henrique Severino, Jonas Runa com Spiridon Shishigin, Jin Hi Kim e Eddie Prévost, Os Músicos do Tejo, Quarteto Arabesco, com Ana Quintans e Marcos Magalhães, e Pedro Jóia.
Da participação portuguesa consta ainda uma publicação que “reúne desenhos técnicos e fotografias que documentam o desenvolvimento do projeto, desde a sua investigação até à sua apresentação pública”.
Esta publicação, que inclui ensaios que contextualizam o projeto, conta com as assinaturas de Francisco Bethencourt, Luís Miguel Correia, Onésimo Teotónio de Almeida, Raquel Henriques da Silva e Rosário Salema de Carvalho.