Câmara de Almada lamenta perda de capacidade do hospital Garcia de Orta

A Câmara Municipal de Almada considerou hoje que existe uma "perda de capacidade" do hospital Garcia de Orta, referindo que existe um desinvestimento nos cuidados de saúde em toda a Península de Setúbal.
 
"A Câmara Municipal de Almada não pode, no entanto, deixar de expressar, uma vez mais, o seu profundo lamento, pelo facto desta situação ser consequência de uma política que teima em apostar no desinvestimento continuado nos serviços públicos de prestação de cuidados de saúde, em Almada e em toda a Península de Setúbal", refere a autarquia em comunicado.
 
A Câmara, liderada por Joaquim Judas (PCP), refere que existe uma "perda de capacidade de resposta" do Hospital Garcia de Orta em várias valências.
 
"Abdicaram da existência de uma urgência polivalente na Península de Setúbal, realidade que afeta muito negativamente a qualidade dos serviços de saúde prestados às populações da margem sul do rio Tejo", salienta.
 
O documento refere ainda que a cooperação entre o Hospital Garcia de Orta e a Centro Hospitalar Lisboa Norte sublinha também a necessidade de construção de um novo hospital no concelho do Seixal.
 
"Continua a constituir uma prioridade absoluta, tendo em vista a melhoria da capacidade de resposta e da qualidade dos serviços de cuidados de saúde prestados às populações", concluiu.
 
As listas de espera para determinadas operações no Hospital Garcia da Orta, em Almada, vão reduzir-se quase para metade por influência de um protocolo assinado na sexta-feira entre o Hospital e o Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN).
 
O protocolo permite que determinadas operações (tiroide, hérnia abdominal e vesícula) a doentes do Hospital Garcia da Orta possam ser feitas no Hospital de Santa Maria ou no Hospital Pulido Valente (do CHLN), baixando em 100 dias as listas de espera, disse à Lusa o presidente da administração do Garcia da Orta.
 
De acordo com a autarquia, a cooperação entre o Hospital Garcia de Orta e a Centro Hospitalar Lisboa Norte demonstra também a necessidade de construção de um novo hospital no concelho do Seixal, "há muito reivindicado" e que "continua a constituir uma prioridade absoluta, tendo em vista a melhoria da capacidade de resposta e da qualidade dos serviços de cuidados de saúde prestados às populações".
 
A atual política na área da saúde "é desde há muito denunciada pelos utentes, pelas suas associações e pelas autarquias locais", reforçou a Câmara de Almada.
 
Em comunicado, o município de Almada reiterou que "em primeiro lugar, deve ser colocada, obviamente, a saúde dos cidadãos e a sua recuperação das situações de doença, não colocando em causa a bondade da cooperação entre hospitais".
 
A Câmara de Almada lamentou o facto de esta situação ser consequência de "uma política que teima em apostar no desinvestimento continuado nos serviços públicos de prestação de cuidados de saúde, em Almada e em toda a Península de Setúbal".