Câmara de Cascais adia debate sobre contas do primeiro semestre

O presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, assentiu hoje à proposta da oposição para adiar o debate sobre as contas do primeiro semestre do ano para que pudesse analisar melhor o relatório.
 
Carlos Carreiras apresentou hoje as contas do primeiro semestre de 2015, nas quais destacou a redução da dívida a curto prazo e a fornecedores, num resultado líquido positivo, com contas que considerou "sólidas e robustas", mas que foram alvo de algumas críticas da oposição.
 
A liderança do executivo (PSD/CDS-PP) deu conta de que houve um aumento das transferências correntes e de capital para as juntas de freguesia, instituições sem fins lucrativos, representando cerca de 10% do total da despesa.
 
O rácio de solvabilidade, adiantou o autarca, é de 373% e houve uma "amortização de empréstimos de cerca de 20 milhões de euros desde 2011, traduzindo-se em mais de dois milhões de euros ao longo deste semestre".
 
As dívidas a curto prazo foram reduzidas em 7,5 milhões de euros, comparativamente com o primeiro semestre do ano passado. Além disso, registou-se a redução das dívidas a fornecedores em 5,5 milhões de euros.
 
A dívida total a 30 de junho era de 74,3 milhões de euros (menos 7,5 milhões face à dívida a 31 de dezembro de 2014).
 
O resultado líquido semestral, concluiu o autarca, é de 5,8 milhões de euros.
 
"As contas de Cascais estão bem e recomendam-se. Por mais versões da história que se queiram apresentar, não há volta a dar: o esforço dos cascalenses e a visão dos nossos empresários, enquadrada por uma estratégia política ambiciosa desta câmara, tem produzido muitos e bons resultados", refere o relatório apresentado por Carlos Carreiras.
 
Na discussão do tema, o vereador do PS João Coreiro estranhou o "aumento brutal de receitas", por refletirem "um aumento de impostos globais diretos de 15,6%".
 
O vereador socialista acusou o executivo de uma "política de ioiô quanto às amortizações", por estarem sempre a subir e a descer, "sem critério nem explicação técnica".
 
João Cordeiro reconheceu como aspeto positivo a redução do endividamento, considerando, contudo, "inadmissível o montante de dívida aos fornecedores".
 
O PS sublinhou ainda que deveriam ser dados 15 dias úteis para análise das contas, para uma avaliação aprofundada.
 
Também a vereadora independente do movimento Ser Cascais, Isabel Magalhães, apontou que "continuam a ser os munícipes e os fornecedores a financiar a câmara".
 
Isabel Magalhães admitiu ter feito uma "análise ligeira ao relatório de contas", lamentando o pouco tempo disponível para avaliar o documento.
 
Perante os argumentos da oposição, Carlos Carreiras acabou por adiar o debate, possivelmente para novembro.