Câmara de Cascais recupera canhão do século XVII ao largo de Carcavelos

Câmara de Cascais recupera canhão do século XVII ao largo de Carcavelos
A Câmara Municipal de Cascais vai retirar do fundo do mar, ao largo da praia de Carcavelos, um canhão de bronze do século XVII. A operação decorre esta manhã e é realizada por uma equipa multidisciplinar que posteriormente irá proceder à sua recuperação no Núcleo de Património Histórico e Cultural da autarquia.
 
Não se sabe exatamente há quanto tempo está submerso. Sabe-se que pesa uma tonelada e que abandona definitivamente as profundezas do oceano novamente a bordo, mas agora de uma embarcação preparada para este tipo de operações.
 
A salvaguarda deste Bem Cultural Subaquático estará concluída ao final da manhã com a retirada do canhão, na Marina de Oeiras, num camião da Câmara Municipal de Cascais, rumo ao depósito do Núcleo de Património Histórico e Cultural, no Parque Marechal Carmona, onde será colocado em tanque.
 
Trata-se de uma importante descoberta durante uma prospeção realizada ao largo da Praia de Carcavelos, no âmbito dos trabalhos do Projeto da Carta Arqueológica Subaquática de Cascais, por uma equipa multidisciplinar, composta por dois arqueólogos, um historiador, um conservador e um biólogo.
 
A Carta Arqueológica Subaquática é um projeto da Câmara Municipal de Cascais em colaboração com o Centro de História d’Aquém e d’Além-Mar, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e com o Centro de Investigação Naval da Escola Naval.
 
Este canhão de bronze, do século XVII, em excelente estado de conservação, será objeto de recuperação por parte da Câmara Municipal de Cascais, através do seu Núcleo de Património Histórico e Cultural. Recuperação que obedece a um plano rigoroso de conservação que passará por um tratamento em laboratório nas reservas arqueológicas municipais. Importa recordar que a Convenção da UNESCO para a Proteção do Património Cultural Subaquático incentiva a preservação in situ quando estão reunidas as condições de proteção e valorização das peças.
 
Contudo, as ameaças a este património são diversas, mercê da própria natureza dos fundos subaquáticos, sujeitos a processos sedimentares extremos e/ou a tempestades, ou de atividades que de forma menos avisada coloquem em causa a integridade do bem cultural subaquático. A recuperação deste importante legado do passado permitirá o seu estudo de forma mais detalhada e a valorização do acervo arqueológico da Câmara Municipal de Cascais, com vista à sua posterior fruição por parte da comunidade.
 
Esta intervenção envolve várias instituições: a Câmara Municipal de Cascais, o CINAV, o CHAM, a Direção-Geral do Património Cultural e a EMPEC/M@rbis. Contou ainda com o apoio do Porto de Recreios de Oeiras e com o Catamaran Movido a Água da Top Pop.