Câmara de Lisboa reforça ligação de Monsanto aos concelhos de Oeiras e Amadora

A Câmara de Lisboa vai reforçar a ligação do parque florestal de Monsanto aos concelhos de Oeiras e da Amadora através de ciclovias e percursos pedonais.
 
“Estamos a preparar uma pista de bicicletas na Avenida das Descobertas [que liga o parque a Oeiras]” e “temos também de melhorar [o acesso pedonal e ciclável] junto ao parque de campismo” na Amadora, disse o vereador da Estrutura Verde da autarquia, José Sá Fernandes.
 
Além disso, “continuamos a fazer os corredores de ligação de Monsanto à cidade de Lisboa, que é uma evidência”, salientou.
 
O vereador falava à agência Lusa no final de um debate temático sobre o parque florestal de Monsanto que decorreu na Assembleia Municipal de Lisboa, juntando perto de 60 pessoas, entre deputados, representantes de associações e frequentadores desta mata com quase mil hectares.
 
Uma das principais críticas do debate foi a concessão de espaços a privados.
 
“Como Monsanto não é um banco de terrenos, não pode continuar a ser retalhado e vendido”, sublinhou a deputada Cláudia Madeira do PEV, partido que solicitou a realização do debate.
 
Porém, Sá Fernandes refutou as acusações garantindo à Lusa que “todos os espaços que foram concessionados eram inacessíveis ao público”.
 
Um deles foi a Quinta da Pimenteira, “um viveiro da Câmara onde nunca ninguém foi e que está em ruínas”, apontou.
 
Neste local vai surgir um ‘hostel’ com 88 camas, cujas obras começam “daqui a um mês” devendo durar um ano, de acordo com o autarca.
 
No âmbito da melhoria das acessibilidades, Sá Fernandes adiantou que tenciona ter, em 2017, dois autocarros ecológicos a percorrer “todos os pontos interessantes” do parque.
 
O objetivo é que este ‘eco-bus’ esteja “nas entradas do parque para levar as pessoas e ter ali um horário de 15 em 15 minutos”, sustentou.
 
Sobre a realização de eventos nesta mata, outra das críticas do debate, o vereador da Estrutura Verde vincou que “o único evento que se faz em Monsanto é a Semana Académica de Lisboa”, numa “encosta que não tem coberto vegetal”.
 
José Sá Fernandes indicou que neste local vai ser feita uma bacia de retenção, ao abrigo do Plano Geral de Drenagem de Lisboa, pelo que “se calhar inviabilizará” a manutenção do evento ali.
 
Falando na sessão, o representante da Plataforma Por Monsanto, Artur Lourenço, considerou que a realização da Semana Académica no local “é exemplo da incoerência e arrogância da Câmara” pois origina a destruição de árvores, “em plena primavera”.
 
Por seu lado, o munícipe Nuno Mendonça Raimundo sugeriu a “deslocalização do Jardim Zoológico [localizado em Sete Rios] para Monsanto”.
 
Sá Fernandes disse à Lusa que esta é uma “péssima ideia” porque as “imensas construções” do zoo “não cabem” em Monsanto.
 
No encontro, a provedora dos animais de Lisboa, Inês de Sousa Real, aconselhou ainda o município a promover a presença destes seres em Monsanto, instalando “comedouros e bebedouros públicos”.
 
Já Ana Muller, da Associação Portuguesa dos Arquitetos Paisagistas, pediu uma “adequada gestão florestal e estratégica do parque”.