Câmara de Sintra prepara concurso para projeto de hospital de proximidade

O lançamento do concurso para a elaboração do projeto de construção do futuro Hospital de Proximidade de Sintra é discutido na terça-feira, pelo executivo municipal, pelo preço base de um milhão de euros. A elaboração do projecto deverá demorar cerca de oito meses, seguindo-se depois o concurso para o arranque da obra, que deverá estar concluída em 2021.
 
O concurso, limitado por prévia qualificação, para prestação de serviços de estudo e projeto do Hospital de Proximidade de Sintra e acessibilidades, terá um preço base de um milhão de euros, acrescido de IVA, segundo uma proposta do presidente da autarquia, Basílio Horta (PS), a que a Lusa teve hoje acesso.
 
O projeto, a executar no “prazo global de 33 semanas”, seguirá o caderno de encargos elaborado por um grupo de trabalho constituído pelo município e pela Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo.
 
A ARS, em comunicado, informou que a nova unidade resulta de um acordo de colaboração entre o município e os ministérios das Finanças e da Saúde, assinado em 26 de junho, que prevê um investimento global de 51,2 milhões de euros.
 
O município disponibiliza o terreno e assume a conceção e construção da nova unidade hospitalar e seus acessos, no montante de 29,6 milhões de euros, enquanto o Ministério da Saúde investe na aquisição e instalação do equipamento e no funcionamento, "no valor de 21,6 milhões de euros”, estimou a ARS.
 
Segundo a ata da reunião final do grupo de trabalho, de 06 de setembro, em termos funcionais estão previstos 5.948 metros quadrados (m2) para as áreas assistenciais de ambulatório, cirurgia, urgência e convalescença.
 
A área de suporte clínico (radiologia, laboratório, farmácia e esterilização) totaliza 1.162 m2, a de apoio geral (suporte médico, pessoal, gestão de utentes, administração, serviços gerais) chega aos 3.539 m2, para ensino e formação estão previstos 334 m2 e estão ainda contemplados 3.750 m2 para estacionamento exterior.
 
A despesa com a construção e zonas de estacionamento e de arranjos exteriores totaliza os 26,2 milhões de euros, estimou o grupo de trabalho.
 
A nova unidade, em articulação com o Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra), “integrará serviços de urgência básica, consultas externas diferenciadas de alta resolução, unidade de cirurgia ambulatória, meios complementares de diagnóstico e terapêutica modernos”, esclareceu a ARS.
 
Além de 60 camas de convalescença, estão previstas especialidades de anestesiologia, cardiologia, cirurgia geral e pediátrica, cirurgia plástica, gastrenterologia, medicina física e reabilitação, medicina interna, neurologia, oftalmologia, ortopedia, otorrinolaringologia, patologia clínica, pediatria, pneumologia, psiquiatria (incluindo infantil e adolescente), radiologia e urologia.
 
Na proposta apresentada ao executivo, Basílio Horta apontou “a carência no acesso aos cuidados de saúde por parte das populações de Sintra, desde logo em função da óbvia desadequação e subdimensionamento” do Hospital Fernando Fonseca, face à área geográfica e populações servidas.
 
“Essa carência, apesar de identificada há muito, não foi devidamente colmatada pela administração central, porquanto esta não logrou alocar os meios necessários à criação de uma nova unidade hospitalar na circunscrição do município de Sintra, de modo a resolver as sérias dificuldades no domínio da urgência hospitalar, dos cuidados ambulatórios e da convalescença”, frisou o autarca.
 
O novo hospital, com abertura prevista em janeiro de 2021, “permitirá racionalizar a oferta de cuidados de saúde no concelho de Sintra e dar uma resposta inovadora e mais adequada às necessidades da população”, salientou a ARS.
 
A câmara e a assembleia municipal aprovaram, em fevereiro, a cedência gratuita à ARS de uma área 59.500 m2 para a instalação do novo hospital na zona da Cavaleira, freguesia de Algueirão-Mem Martins, junto ao Itinerário Principal (IC) 16.
 
“Este é um investimento que ficará repartido quase meio por meio, a câmara avança de imediato com a parte do edificado, nós colaboraremos nos projetos, nas especificações técnicas, depois equiparemos o hospital, dotaremos o hospital de recursos humanos, e toda a região de Lisboa e Vale do Tejo vai beneficiar”, afirmou, na assinatura do acordo, em junho, o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes.