Cancelado projecto urbanístico que incluia Academia Aga Khan em Cascais

Um projeto urbanístico que previa a construção de uma academia da Fundação Aga Khan, na zona do Guincho, em Cascais, afinal não vai acontecer, disse hoje à Lusa o presidente da autarquia.

O presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, revelou que "não houve entendimento" entre a Fundação Aga Khan e o proprietário dos terrenos, Norfin, dentro do prazo previsto para esse efeito, em janeiro.

Em março do ano passado, o representante da Fundação Aga Khan em Portugal, Nazim Ahmad, manifestou "receio" de que o projeto, que previa um investimento de cerca de 100 milhões de euros, não avançasse, devido à polémica em torno dos terrenos destinados para o projeto.

Em causa estava o facto de os terrenos destinados à construção da academia, a norte da estrada de Birre-Areia, estarem classificados quase na totalidade, de acordo com o atual Plano Diretor Municipal (PDM) de Cascais, como sendo de baixa densidade de construção e abrangem algumas áreas inseridas na Rede Ecológica Nacional (REN) e na Rede Agrícola Nacional (RAN).

A polémica ainda persiste, com os partidos da oposição na Câmara de Cascais e os movimentos cívicos a contestarem os projetos previstos no novo PDM local para Birre, Aldeia de Juzo e Areia.

"A oposição deveria estar mais atenta em vez de estar a inventar casos. O prazo do memorando terminou em janeiro e o projeto não vai para a frente. Andam desatentos", afirmou Carlos Carreiras.

O projeto, pensado desde 2005 e objeto de um memorando assinado com o governo português naquele ano, já teve vários destinos possíveis em Portugal, entre os quais Sintra, Oeiras e Cascais, e foi disputado também pelas Câmaras de Almada e Seixal.

Em causa estava um projeto de construção numa área total de cerca de 160 mil metros quadrados e um investimento que iria gerar emprego para cerca de 500 pessoas, na quase totalidade portugueses, e que iria valorizar as áreas a envolvente da academia.