O candidato do Bloco de Esquerda (BE) à presidência da Câmara de Sintra, Luís Fazenda, afirmou hoje que a suspensão do passe social nas transportadoras Vimeca e Scotturb resultam da "irresponsabilidade" dos poderes públicos.
"É uma irresponsabilidade da parte dos poderes públicos. Desde março que alertámos o Governo para esta circunstância, que é profundamente negativa para as populações", disse o candidato à agência Lusa.
Na quinta-feira, o Governo aprovou, em Conselho de Ministros, o pagamento de 21,8 milhões de euros em dívida, relativos a 2011, 2012 e 2013, às transportadoras Rodoviária de Lisboa (RL) e Transportes Sul do Tejo (TST) para manter os passes intermodais, excluindo a Vimeca do acordo.
Na terça-feira, o presidente da Vimeca, Fernando César, afirmou que a rodoviária vai avançar definitivamente com o fim dos passes sociais, a partir de 01 de agosto, adiantando que o atual sistema não dá para a empresa subsistir.
Para Luís Fazenda, o fim dos passes intermodais nas duas empresas rodoviárias descrimina as populações do concelho de Sintra em relação a outras populações da Área Metropolitana de Lisboa.
"A população do concelho de Sintra tem de ter acesso a esse passe social, até porque não pode ser discriminada em relação à população da Área Metropolitana de Lisboa que tem direito a esse passe intermodal", afirmou Luís Fazenda durante uma ação de campanha da sua candidatura junto à estação ferroviária de Queluz.
Segundo o também deputado do Bloco de Esquerda, "o passe social não pode ser retalhado", obrigando as populações a possuírem dois passes para poderem circular nos vários transportes que servem a Área Metropolitana de Lisboa.
"Exige-se uma solução definitiva que não degrade ainda mais as condições de vida das populações do concelho de Sintra. Há meses que se arrasta este conflito, era sabido que esta circunstância ia chegar, e o Governo não se pôs ao caminho e não resolveu o problema", afirmou.
"As pessoas vão ter um aumento real das suas tarifas de transporte e, além do mais, veem dificultado o seu direito à mobilidade e será particularmente grave quando uma família numerosa tenha vários dos seus membros obrigados à compra de passe para poder trabalhar ou estudar", disse.
Na corrida à Câmara de Sintra, além de Luís Fazenda, são já conhecidas as candidaturas de Pedro Pinto (PSD/CDS-PP), Basílio Horta (PS), Pedro Ventura (CDU), Barbosa de Oliveira (independente), Nuno da Câmara Pereira (PND), Marco Almeida (independente) e Nuno Azevedo (PAN).
A Câmara de Sintra é presidida por Fernando Seara, eleito pela coligação Mais Sintra (PSD/CDS-PP) nas eleições autárquicas de 2009 com mais cinco vereadores. Na oposição estão quatro vereadores do PS e um da CDU.