Para António Neves, candidato do PSD Câmara de Almada, é preciso “por fim” com uma gestão autárquica que pôs o concelho a viver a duas velocidades. “Tudo gira à volta da cidade de Almada. Há zonas do concelho que ainda estão com desenvolvimento ao nível dos anos 60”.
O social-democrata deixa ainda uma nota crítica à gestão da CDU quando afirma que “temos um concelho que se serve dos cidadãos em vez de estar ao serviço dos cidadãos”. O resultado desta política, considera, vem em desfavor tanto da população como da economia local, nomeadamente através da quebra do comércio local.
O cabeça de lista do PSD à presidência da Câmara falava durante um debate sobre o presente e o futuro do comércio local no concelho de Almada, onde foram apresentadas ideias para que as pessoas “voltem a viver o concelho”, acrescentava Nuno Matias, presidente da Concelhia do PSD. Uma das considerações comum aos presentes no Fórum Municipal Romeu Correia, foi a necessidade de rever o trabalho da ECALMA.
Para os social-democratas a Empresa Municipal de Estacionamento e Circulação de Almada “é penalizadora e não trás nenhuma vantagem à população nem ao comércio local”, resumia António Neves sobre as intervenções que apontavam as “pesadas” multas aplicadas por esta empresa municipal.
“É preciso extinguir a ECALMA e criar uma fiscalização única”, defende António Neves, que apresenta um programa eleitoral que refere ainda a “modernização da ocupação da via pública, reordenamento do estacionamento e diminuição das taxas de estacionamento”. Na sua opinião, a circulação automóvel em Almada “está feita para que as pessoas não entrem na cidade” e, se não entrarem na cidade “o comércio local não consegue sobreviver”.
Aliás, os social democratas ponderam a hipótese de que a crise de vendas nas lojas tradicionais não terá uma relação directa com a existência do centro comercial Almada Fórum, mas sim com o facto das pessoas se terem desabituado de vir ao centro da cidade. “Sou de Almada e já não sei como circular de carro dentro da cidade. Basta parar uns minutos para sermos multados. Por isso, não venho”, comentava uma das intervenientes no debate.
Outro dos argumentos do programa de António Neves para gerir o concelho, é atrair mais empresas. Para além de “chamar” lojas âncora a instalarem-se em zonas cirúrgicas do concelho apoiadas por “corredores comerciais com ligação aos transportes públicos”, também as pequenas e médias empresas necessitam de incentivos camarários. “É preciso reduzir a derrama e as taxas camarárias”, afirma.
“Não há verdadeiros incentivos à modernização industrial”, e infere que é preciso “agilizar os licenciamentos” e fomentar um trabalho de proximidade de um gabinete do investidor no apoio às PME. Outras das estratégias que protagoniza são o “reforço do desenvolvimento social através da criação de postos de trabalho e promoção de trabalho qualificado”, o “envolvimento dos cidadãos na vida social local” e a criação de um banco de apoio às famílias carenciadas”.