Candidatos à Câmara de Oeiras prometem rever plano polémico no Jamor

Nove dos 13 candidatos à Câmara de Oeiras que hoje debateram o Plano de Pormenor da Margem Direita do Rio Jamor prometeram rever, e alguns anular, o projeto que tem sido contestado pelos munícipes.
 
A associação "Vamos Salvar o Jamor" promoveu hoje um debate sobre o Plano de Pormenor da Margem Direita da Foz do Rio Jamor, que prevê a viabilização do empreendimento Porto Cruz, no espaço da antiga fábrica da Lusalite, na Cruz Quebrada, com vista à construção de uma marina, oito edifícios, dos quais cinco torres com até 20 pisos e viadutos rodoviários.
 
Para o debate foram convidados os 13 candidatos à Câmara de Oeiras nas próximas eleições autárquicas e apenas quatro estiveram ausentes, entre os quais Paulo Vistas, presidente da câmara e candidato pelo IOMAF (Independentes Oeiras Mais À Frente) e Isaltino Morais, ex-autarca e candidato pelo IN-OV (Inovar Oeiras de Volta).
 
Heloísa Apolónia (CDU), Pedro Torres (PAN), Miguel Pinto (BE), Safaa Dib (Livre), Isabel Sande e Castro (Nós, Cidadãos!) prometeram anular o projeto assim que forem reeleitos, considerando que o que está previsto protege o interesse de privados e não o da população.
 
Por seu turno, Sónia Gonçalves (Renascer Oeiras) admitiu que "o projeto tem de ter uma concretização" e Ângelo Pereira (PSD/CDS-PP/PPM) prometeu "reabrir o debate e uma profunda revisão do plano de pormenor".
 
O candidato do PS Joaquim Raposo recusou discutir o plano em causa e disse ter um projeto alternativo, "um plano estratégico que tem de ir até ao limite do território" e que aponta "o mar como o mais importante e, por isso, as praias têm de ser reabilitadas".
 
Pedro Perestrello (PNR) reconheceu que "não há um projeto ideal" para o Jamor, mas que aquele local precisa de uma intervenção na zona.
 
O projeto Porto Cruz, cujo investimento privado está estimado em 250 milhões de euros, prevê a demolição da antiga fábrica Lusalite, que tem também motivado várias denúncias sobre amianto.
 
A associação já criou uma petição pública e apresentou uma ação judicial para contestar o projeto, defendendo tratar-se de um "atentado ambiental e paisagístico" que irá "destruir a zona ribeirinha de Oeiras".
 
Quando o projeto foi discutido em assembleia municipal, o presidente da Câmara de Oeiras, Paulo Vistas, assegurou que aquele era mesmo para avançar.
 
A Câmara de Oeiras aprovou o plano de pormenor com os votos a favor do PSD, PS e IOMAF (Isaltino Oeiras Mais à Frente) e os votos contra da CDU.
 
Na Assembleia Municipal, apenas o PSD e o IOMAF votaram a favor, o PS absteve-se e o Bloco de Esquerda, CDU e CDS votaram contra.