Carne de cavalo: Auchan diz que produtos foram retirados de venda a 22 de fevereiro

O grupo de hipermercados Auchan, dono do Jumbo, esclareceu hoje que os produtos detetados com ADN de cavalo pela DECO foram retirados de venda a 22 de fevereiro.
A DECO - associação para a Defesa dos Consumidores encontrou ADN de cavalo em hamburgueres e almôndegas comercializados pela Auchan e pelo El Corte Inglés, mas numa visita a estas lojas efetuada depois da receção dos dados laboratoriais a associação já não encontrou estes produtos.
"Estes produtos não se encontram à venda desde o passado dia 22 de fevereiro, pois a Auchan tinha identificado vestígios de carne de cavalo (inferior a 1%) e, de imediato, dado indicação de retirada de venda não só desses produtos, mas também, como medida preventiva, de todos os produtos do fabricante em causa", adiantou à Lusa fonte oficial. 
"A Auchan Portugal Hipermercados, na sequência dos desenvolvimentos recentes, a nível europeu, envolvendo produtos contendo carne de cavalo, informa que implementou um programa de análises aos seus produtos, de forma a ter toda a informação possível sobre esta matéria", referiu a fonte.
A Auchan Portugal "reafirma a sua determinação em acompanhar a situação, defendendo assim os superiores interesses dos seus clientes", adiantando que já tinha tomado conhecimento das análises feitas pela DECO.
A Lusa contactou também o El Corte Inglés, mas ainda não obteve qualquer resposta.
A DECO pediu análises laboratoriais a trinta amostras de hambúrgueres, canelones, almôndegas e lasanhas e encontrou ADN de cavalo em três delas. Nos hambúrgueres da Auchan e almôndegas Polegar (comecializadas pela Auchan) foram detetados vestígios inferiores a 1%, enquanto na lasanha do El Corte Inglés a presença de ADN de cavalo era de 1 e 5%.
A DECO adianta que voltou às lojas após saber os resultados e já não encontrou estes produtos, mas sublinha que a dimensão da fraude é “muito mais alargada do que se poderia pensar quando os primeiros contornos começaram a ser desvendados no Reino Unido, em janeiro”.
A DECO reclama mais “transparência e rótulos com a origem da carne utilizada nos alimentos processados” e recomenda o reforço da fiscalização.
“Até ao momento, não há provas de que a carne de cavalo detetada represente um risco para o consumidor. Mas é inaceitável que a sua incorporação nos alimentos não seja indicada no rótulo”, refere a associação, salientando que estes factos “põem em risco a confiança dos consumidores”. 
A DECO alerta ainda para o número crescente de intermediários e fornecedores na cadeia alimentar, o que “dificulta que as autoridades consigam descortinar os meandros da teia de relações”.