O presidente da Câmara de Cascais apelou hoje ao Governo que assine "os despachos que já estão preparados" para a aquisição de camas nas unidades de saúde de cuidados continuados do concelho, do distrito de Lisboa.
Carlos Carreiras publicou uma nota na sua página oficial do Facebook sobre o assunto, na sequência de declarações do coordenador para a reforma do Sistema Nacional de Saúde (SNS), Manuel Lopes, ao jornal Público, em que aponta Cascais como o concelho com maior carência na rede de cuidados continuados, com "zero camas".
O autarca sublinha que "é verdadeira a realidade que identifica" o coordenador.
"Ora bem, no caso de Cascais só precisamos que os senhores secretários de Estado da Segurança Social e da Saúde assinem os despachos que permitem uma dotação de 172 camas dentro do sistema", aponta.
Carlos Carreiras afirma que a estratégia global de saúde que tem sido desenvolvida no concelho garante que a "estas 172 camas acrescem, no mínimo, mais um número igual de ofertas de camas, perfazendo num total mais de 350 camas, em sete nove equipamentos".
O investimento, indica, é superior a 50 milhões de euros e "não sai do Orçamento Geral do Estado", mas sim de privados, e vai permitir a criação de mais de 1.000 postos de trabalho.
"Numa dessas sete unidades foi exigido como contrapartida uma escola de formação para cuidadores, para que possam prestar serviços domiciliários. Se juntarmos a toda esta estratégia global de saúde as politicas que temos e as que estão a ser desenvolvidas no âmbito da promoção do envelhecimento ativo, Cascais coloca-se na linha da frente", conclui.
À Lusa, o vereador da Sáude da Câmara de Cascais, Ricardo Batista Leite, acrescentou que o município "tem sido constantemente excluído desta rede de cuidados continuados e é um exemplo gritante de incapacidade de resposta".
O vereador explicou que se algum utente de Cascais precisar de assistência nos cuidados continuados, tem de ser transferido para Mafra, Amadora ou Almada.
"Queremos inverter esta situação. A Câmara de Cascais fez a sua parte, falta o Governo cumprir a sua. Há oito meses que não temos resposta. Há equipamentos já instalados para converter camas existentes em camas para a rede pública para dar resposta imediata", concluiu.